Quando me expresso me traduzo um pouco.É uma forma de me reinventar, revisitar minhas idéias e reescrever meus pensamentos. Conversando alto e mostrando os sabores que eu provo posso mantê-los vivos e inesquecìveis. Este é um espaço para abusar das palavras e colecionar interrogações!
sábado, 25 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Quero ser Melinda Veiga..
God Bless the Child - Billie Holiday
Enviado por boberwig. - Clipes, entrevista dos artistas, shows e muito mais.
Caio Fernando Abreu escreveu "Onde Andará Dulce Veiga"?
Beijo metade de mim
Melind@ Veiga
domingo, 19 de dezembro de 2010
Exposição da intimidade.
sábado, 11 de dezembro de 2010
O intervalo..
Beijo no Cazuza
da melind@
Mimetizando a normalidade..
domingo, 28 de novembro de 2010
Quem você pensa que é II...
sábado, 27 de novembro de 2010
Promessas e Juras
Vivemos quebrando nossas promessas conosco. Aquela dieta de segunda-feira, aquela academia, aquele livro que iríamos terminar, aquela proposta interior de controlar a língua, juramos que vamos adotar uma postura mais otimista e até prestar mais atenção nos próprios pensamentos. PRESTAR ATENÇÃO nos próprios pensamentos é campeã de audiência! São banalidades, sei, mas se repetem "ad eternum" e soam como pequenos fracassos. Claro que vão comprometer nossa moral que já não anda tão elevada.O ego não tolera muito estas sensações.
Não pensamos antes de fazer uma promessa e normalmente não temos a menor intenção de cumprí-la. Pode parecer cruel, mas no momento que a proferimos já sabemos que não vamos levá-la a cabo. "Prometo que vou te ajudar" , "prometo que vou estar sempre ao teu lado" ,"prometo que vou prestar mais atenção"," prometo que vou tentar"," prometo que vou te ligar"," prometo que vou te amar" , não vou te decepcionar". Ainda não defini o motivo para tanta falácia, este barulho monumental poderia ser um filme silencioso cujos textos enxutos e precisos ganham em essência e se livram da perfumaria.
Prometer é gerar expectativa, é com-álguém-prometer-se, é oferecer um quinhão de nós mesmos em garantia! Só avaliamos de fato as consequências geradas pela palavra empenhada quando estamos do outro lado e somos os credores esperançosos.
Aprendemos este joguinho quando crianças. É uma tradição entre as gerações.
Não calculamos o quanto geramos de frustração e decepção nas pessoas.
Lembro sempre de um amigo que contou constrangido que sempre dizia a um colega que passaria mais tarde para tomar chimarrão ( o que jamais fizera) e tempos mais tarde soube que o colega preparou-se e ficou esperando por muitas vezes. Lamentável não é?
Aquele telefonema que nunca acontece. Hoje eu ouvi uma psicóloga dizendo que a nova definição de amor está em ter tempo disponível para alguém. O tempo que disponibilizamos ao outro afere o quão importante este é para nós.
Ao final abrimos mão do que realmente importa em favor de uma rotina de Hércules que estabelecemos para nossas vidas. "Sempre muitíssimo ocupados" parece uma desculpa bastante convincente para justificar a quebra de juras . Hoje ouvi também algo que considero muito importante que é ter autonomia, saber até onde posso e quero ir. Não preciso dominar todas as tecnologias e competências de meu tempo. Tenho meu próprio tempo( parafraseando a música do Legião Urbana).
Adotei nestes últimos tempos a tática de anotar na agenda minhas falsas promessas. Estou inventariando meus furos. Um rol interminável de pactos selados ao vento e de palavras fugidias.
Promessas são falsas seguranças e ilusões e diagnosticam muito do que somos. Acho que constituem a parte de nós que participa deste grande mundo ficcional no qual estamos inseridos . Prometer é coisa do Ego . São pequenos enganos misericordiosos que adotamos de bom grado. Enfim, prometo que vou continuar rasgando os contratos de longo prazo e prestar mais atenção no caminho.
Acho que não trouxe este papo por nenhum motivo especial, apenas por ter sentido um certo gosto de dúvida na boca enquanto vasculhava meu baú.
beijo casual
da melind@
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Era uma vez ...
beijo
da melind@
domingo, 7 de novembro de 2010
Estar perto não é físico...
Eu tive um namorado de Santana do Livramento que morava em um chalé de madeira destes meio sítio no centro da cidade. Aquele cheiro de fogão a lenha e aqueles estalos na madeira. O mato que cercava a casa.
O caminho sob o sol..
Fui a pé até o lugar mais próximo para fazer caminhadas, o canalete das hortências(mortas) aqui em Bigrivertown.
Deparei-me com um deserto lancinante. O sol fustigante não estava nos meus planos iniciais, mas quando percebi o inevitável tomei o cenário como um desafio. Resolvi atravessar o deserto sob o Sol e ver como meu corpo se comportaria diante de tanta provocação. Isto é muito bom.
É muito bom sentir o sangue circulando e o corpo vivo e agitado pela atividade.
Quando se anda no deserto tudo se expressa. A folha seca tem sabor de efeito especial. A brisa rara vem dar um carinho e vez por outra transita uma alma que deixa escapar um sorriso amistoso.
Ao transitar num deserto quente de domingo enquanto as pessoas circulam para a volta das mesas e se dirigem aos restaurantes, principalmente churrascarias , ando para além do fluxo. Saio da fila e ando na contramão.
Dois cachorros sedentos cruzam meu caminho em busca de uma sombra e água. Um velhinho traga sofregamente o cigarro. Parece impaciente sentado na porta de entrada do Edifício Teatro ( eu nunca havia visto que ali existia um edifício teatro- deve ser porque fica em frente ao próprio). Será que está a espera de alguém , será que tem alguém para esperar em um domingo deserto e tórrido.
E Jamie Cullum canta "What a difference a day made, twenty four little hours ..." e sigo minha trilha sob o Sol . Um funcionário da companhia riograndense de saneamento acompanha de dentro de uma camionete a aventura da água que se acumula entre os paralelepípedos .
Men at work arrisca "Beautiful World" e eu assino embaixo.
Eu gosto de nadar neste mar de novidades . Senti minhas bochechas vermelhas e o sol meu companheiro. Passei em frente a uma Igreja evangélica onde se arrebanhavam alguns fiéis , provavelmente para as atividades de domingo. Ao chegar ao final da trilha nada mais se movia além de mim.
Éramos apenas nós naquela trilha de hortências ressecadas. A medida que a hora avançava o calor vertia dos meus poros . Cumpri minha meta e rompi com o estado de "ponto morto". O gasto energético foi significativo, mas valeu o preço.
Cheguei ao trecho de Pavarotti que estava acompanhado de Bono Vox. Its there a time.
Is there a time to run for cover
A time for kiss and tell
Is there a time for different colours
Different names you find it hard to spell ...
Está na hora, já é tempo de movimento...
beijo desértico da Melind@
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Minhas mentiras sinceras..
da melind@
domingo, 31 de outubro de 2010
Apenas vicejar

ostente-se exuberante,
brote,
Lance e estire suas pernas
sobre o mundo,
Expanda-se, exale-se,
torne-se e entorne-se
gaste-se,
dispenda-se e multiplique,
enleve-se à máxima potência,
extraia sua raiz suntuosamente..
Não acabe no que cabe,
desabe, deixe resíduos
reproduza-se ,
duvide, revide
invada suas
sábado, 30 de outubro de 2010
Quem você pensa que é?
O meu soldado simboliza um centro de triagem de idéias e quando ele aparece geralmente é o indício de que preciso fechar a porta e esvaziar um pouco a mente. Limpar a coreografia. Mas aí estava esta perguntinha aí em cima brilhando em néon e me pedindo pra falar sobre as minhas fronteiras a quem interessar possa. Não é a primeira impressão a que fica!
(...)E no começo era a pergunta...
Todas as falas e cores que introduzo não são mais que um jogo de luzes no palco. São truques que escondo na manga e que me sugam energias insondáveis. Todos os meus talentos são emprestados, por um tempo bom, talvez um período de teste enquanto viajo por meus países distantes, e muitos nem uso ou simplesmente desconheço. Outros não aprimoro, nem acredito. São tantos os talentos que granjeei que não me permito usá-los. Os poucos que descubro me assombram.
Se eu tivesse que definir quem penso que sou ficaria parada a contemplar meu deserto, talvez por uma vida e ainda assim não restaria nada a dizer. Isto porque sei que não somos definíveis pelo que vertemos, mas apenas pelo débil instante em que tomamos consciência do todo de nós.
Por segundos me encontro no outro logo ali. Desperto sensações que me simulam. Parecem muitos meios de um único inteiro. Aí neste exato ponto identifico alguns sintomas de quem estou.
Sou um colar de lapsos concretos de verdades cheias de inconcretude. Sei que a substância que busco é justamente o que me entorna de volta ao vazio de mim.
Definir quem penso que sou é uma armadilha , uma charada que se apresentou na porta do meu primeiro olhar para o mundo.
Provavelmente a fórmula não seja o caminho, não obstante inexista caminho.
Mas escrever é este desvio para fora da estrada, este delicioso desencontro de nós. Isto é certo.
Nas linhas errantes e incertas vão aparecendo vestígios de verdades acerca do meu sujeito mais que "im" perfeito e vão se desenhando sombras, abrindo lacunas e preenchendo vazios.
A linguagem que veio para formatar o pensamento acabou por libertá-lo e dar a ele as tintas para criar seus neologismos particulares em múltiplas construções.
Se eu me propusesse a descobrir quem penso que sou precisaria simplesmente continuar esta mescla de mim com o outro, com o todo e com minhas infinitas faces do avesso.
...neste espaço que atravessa
o sempre , tem o tempo
tem a gravidade, o vento
e a eternidade...
E o soldadinhho estava deitado esta manhã....
Who do you think you are?Arte
Beijos da milícia
da Melind@
domingo, 24 de outubro de 2010
Interagindo de verdade....?
beijo fóbico
da melind@
Nem preciso dizer que me apaixonei por este vídeo. Emocionante.Fala sobre afinidades para além das formas.
sábado, 23 de outubro de 2010
Gavetas abertas: pequenos indícios da verdade de Jung..
sábado, 16 de outubro de 2010
Arte: talento é talento
As impostoras...

me esconder quietinha.
Venho pra encontrar
comigo, com meus eus e suas
lacunas.
Me ponho em pequenas
orações entre concreto e
nuvens pra lembrar
meus vazios ..
minhas porções de texto
ilegível, respostas sem perguntas..
Meus vácuos como
verbos defectivos, não se
conjugam em certos tempos
e pessoas..
Me expresso
pra ser quem não sou um pouco..
pra me exibir, me provocar..
Monto e desmonto as peças e
como nada mais se encaixa
quando se altera substância,
fico a levitar sobre mim,
Anseando por mais do puro
e intocado bocado de mim..
Sigo encontrando muitas
in-tocadas e ao tentar traduzí-las,
sei que somos
de fato intraduzíveis
impostoras.
beijo embusteiro
da melind@
obs.: A foto lembra o estilo de Spencer Tunick sobre fotografar os pelados...
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Minhas crianças..

beijo efervescente
da melindinh@
Especulando sobre reminiscências
O fato é que minha visão direta das idéias é cada vez mais indireta e eivada de nuanças novas . É sobre isto que costuro neste post. Valha-me Sócrates...
Beijo filosófico
da melind@
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Meditando ou fantasmAGORANDO


- ...
- Já se foram todos !! Sei! Não está com calor com este vestidão? E esse coque? Não se usa mais este tipo de cabelo sabia? Em pensar que a gente nem se conheceu. Pra te falar a verdade eu não conheci o meu avô. Quando eu nasci ele já tinha morrido . Aliás vocês todos morreram cedo não? (Bate na madeira). Que venha daí!
- Brincadeirinha!! Ok, foi uma piada sem graça.
Quando sair não faz barulho!! E... volte sempre!!
- Ah sim vou achar aquela foto e...
beijo fantasmagórico
domingo, 10 de outubro de 2010
Onde está o amor....
aquele amor sem nome
que guardo na boca
que acalma meu peito
Ele que habitou meus sonhos
e recheou minhas
conversas suculentas,
Parece que vestiu outra
roupa, ficou formal,
pragmático, deixou de
ser ele mesmo..
Se tornou uma sombra,
um vazio refletido na
lâmina da razão
que desconheço..
Virou amor que escolhe
palavras e inventaria
custos.
Não sei o que fiz
com ele,
Um dia o reconheci
numa revista desenhado
sob medida,
estava tão bonito,
mas era só uma
imagem espelhada
sem as substâncias
que eu amava,
Não sinto mais o cheiro
daquele amor largado
que tomava posse ,
arrastado pelas falas
que invadiam a madrugada,
de bem com a vida...
Perdi aquele
amor na paz,
sem perguntas ,
o de estar junto
e ser do bem,
Outro dia vi um beijo
jogado pelo ar
e era doce, manso, terno ,
pensei que o amor estava
junto,
corri para encontrá-lo,
mas talvez eu tenha imaginado
ou lido em qualquer história
de ficção...
Desapareceu em meio aos
argumentos lúcidos do
tempo,
desgastou-se,
perdeu a confiança,
Quem sabe o amor
deixou de acreditar
em mim,
Cansou de andar enfeitado
de simulações ou mascarado
de hipocrisia,
Não sabia mais ficar
reprimido pela
minha arrogância,
Cansou de andar por aí
se esgueirando por meus
caprichos..
Numa tarde eu o ouvi
em uma música,
ele parecia ser de novo
aquele amor humano e
visceral que conheci um dia,
Reconheci ali sua força e
integridade,
ele falava em saudade
e lealdade,
se dizia cúmplice do
meu desejo e
prometia nunca partir..
Despertei da canção no
susto ao ouvir minha voz
cantar e começar a
duvidar daquele amor- paixão..
Chamei aquilo de ilusão
e voltei a procurar
nos livros ,
nas palavras
e nas telas por aquele amor-perdão..
Quero de volta sim ,
nessa nova estação,
ele que me fascina e causa
sensação...
sem ele não suporto
e não vejo solução...
Vou falar nele, lembrar
até a exaustão,
vou torná-lo vivo , presente,
cantar num verso e
estampar no quadro de
lembretes...
Quem sabe ponho um anúncio,
uma nota ou declaração ,
assim trago comigo este estado
dele em mim e me entrego
poesia assim..
Beijo intenso
Check Mate
da melind@
Qual é a sua liturgia..
José Saramago
Eu tenho algumas liturgias. Acho que estes rituais que mantemos nos pertencem enquanto os percebemos como algo bom. Nos recôndidos da minha existência lá estão eles. Não gosto de ir ao cinema acompanhada. Detesto ouvir música enquanto converso. Sempre começo a andar com o pé direito. Quando vou dormir começo de costas, viro para a direita e após para esquerda.Não gosto de fazer chamadas por telefone ( ou similar), mas apenas de receber...Sempre começo a maquiagem pelo olho esquerdo e sempre começo a escrever um post a partir de uma palavra.
Quando li este trecho do Saramago me pus olhar por trás das palavras que escolho e por entre as dificuldades que elas omitem.
Sim, pode ser verdade, as palavras sintetizam idéias que nos padecem a mente. A mente como sabemos possui inúmeras faculdades e algumas são especialistas em construir cortinas de fumaça densas e capazes de encobrir nossas verdadeiras fraquezas.
Olhei meus rituais e atos solenes com as palavras que amo tanto e mais uma vez concluí que "Eu às vezes acho muito que nada faz sentido..."
Acho que a minha cabeça não está de acordo com o mundo em que vivo, sou um espírito débil e confuso em busca de minhas inquietudes. Tenho grande habilidade em justificar minha covardia.
Este é o grande mestre Saramago...que descobriu entre as palavras um jeito de nos contar para nós mesmos...
beijocas insólitas aportuguesadas
da melind@
E não entendendo mais um pouco: olhemos o recipiente vazio.

Me vejo como um recipiente que posso esvaziar e preencher a cada dia.
Ontem eu fiquei "involuntariamente" em uma "palestra" enquanto esperava uma amiga e o tema era planejar o futuro. A estratégia do palestrante visava apontar para uma espécie de futuro espiritual ou transcendência.
Planejar o futuro.Uma das coisas mais difíceis que avalio, posto que primeiro é necessário definir a que futuro estou me dirigindo. Daqui a dez minutos? Dez anos? Dez vidas?(brincadeirinha) Um futuro que sequer existe! Existe apenas a eternidade.
Tentei observar o curso das palavras como quem observa o sol brilhando, sem julgamentos egóicos.
Eu já entrei em uma frequência que me leva sempre a achar que estou no lucro.
Busca-se certezas, solidez e segurança. Mas, não existe garantia alguma nunca! Meu mantra da impermanêcia.
Queria ser uma pessoa generosa e estar acima da mesquinhez e sobretudo queria ser feliz. Descobri que sou, apesar de nunca ter ido viver em uma comunidade hippie como sonhava há tempos atrás . Ah eu queria ter passado sete anos no Tibet e também me imaginava descobrindo o elo perdido como Indiana Jones.
Bom, eu poderia dar voltas ao mundo costurando letras e contando todos os personagens que habitei.Alguns cheios de boas intenções e outros puro ego. Simulei milhões de existências para minha vida "concreta", mas a realidade estava sempre lá e eu sempre era alguém além dos meus sonhos. Eu era e sou sempre alguém além do fluxo que corre na minha história. Sou o recipiente.
A partir do momento em que toma-se consciência desta condição falar em planejar torna-se algo menos grave, mais pontual e passível de ser alterado continuamente.
As opções(felizmente não precisam ser definitivas) são acessórios e o que constrói o recipiente e lhe dá solidez é o conhecer-se( e aceitar-se).
Deste ponto de vista planejar um futuro que não seja um conjunto de objetivos materialmente práticos matematicamente equacionados é pura ficção.
Falar em destino? Acredito mesmo que escolhemos o destino que queremos e construímos o personagem que vai entrar em cena na próxima chamada, mas ninguém pode nos ensinar como fazer. Esta descoberta é genuninamente solitária, diária e permanente. É como aquela imagem da fruta que (se niguém arranca) vai cair do pé quando estiver madura( preparada) ou passada.
São só alguns pensamentinhos altos do chão que a melinda ficou matutando...
beijos
predestinados
da melind@
.. E bem ali
além dos meus sonhos
eu estava,
por romance,
por deleite,
pra me saciar..
de mim
me fartar..
sábado, 9 de outubro de 2010
E não entendendo mais uma vez: nossas verdades escondidas

É óbvio que tirávamos muito proveito disto e fazíamos sessões de arcanos maiores . Mas o que me trouxe ao assunto foi uma crônica que li do Contardo Caligaris falando sobre o filme " Eu matei minha mãe".
Lembrei de imediato de uma postura de cartas que colocava no centro do jogo o deus "Pã" do baralho de tarôt mitológico. Esta carta representava justamente a servidão aos instintos da natureza. A ambiguidade de sentir vergonha e prazer .
O diabo, como se caracteriza o deus Pã pela cultura cristã, representava algo que nos encanta e ao mesmo tempo nos assusta . É algo guardado às sete chaves, mantido seguro por nossas ações racionais e postiças. Está lá o nosso diabinho renegado ao inconsciente. Poderia dizer que são nossas verdades e negações.
O filme , que ainda não assisti , traz o universo da relação entre filhos e pais. E o autor lembra das fases que deletamos de nosso consciente e que fazem parte do processo do desenvolvimento de nossa identidade e autonomia como seres humanos.
Acho muito prazeroso poder desnudar este pano e verificar que não somos apenas personagens bizarros de nosso próprio esquete.
Não dá para não usar comportamentos postiços, as armaduras sociais existem , mas conhecer e aceitar nossa humanidade e despreparo para enfrentar o próximo ato já é um alívio da sobrecarga do homem perfeito à imagem e semelhança de algum deus perfeito. Felizmente a perfeição não exite além do imperfeito.
Estamos no grande teatro e precisamos representar nossas cenas. Muitas vezes seremos tão kitsch quanto uma saia balonê que tive na adolescência, mas que eu adorava. O fato é que abandonando os preconceitos que temos conosco e com o outro estaremos em estado de liberdade para construir originalmente nossa história genuína.
beijocas atentas
da melind@
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Poema sem rima..
que aprendo a recitar,
crio novos versos,
ensaio prosear,
acho rimas falsas
pra recomeçar.
Invento bordões
que vivo a proclamar ,
repito em toda estrofe
preciso acreditar,
mas há o poema
novo a ensinar que
vida não tem rima e
não adianta ritmar.
beijo kitsch
domingo, 3 de outubro de 2010
VÃO
Vem um oco,uma porção
entre os sinais
vi(tais), que os (per)versos
emitem e espargem
pelo chão,entre as tábuas,
o vão ...de i-men-si-dão.
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
A história do final..

domingo, 26 de setembro de 2010
Miscelânea de idéias...para ficar pipocando por aí...

Liberdade de imprensa I
Este é um grande assunto para ser glosado.
Pode ser trasladado para várias cenas do espetáculo. Pode versar sobre a vida. Pode ser vertido para política( como era o objetivo da entrevista de Romano ).
Vale aqui a idéia de que toda a moeda tem dois lados. Algo bom sob um aspecto pode ser mau sob outro. Todo o ponto de vista deve ser conhecido sob vários aspectos e nem sempre serão todos os aspectos. A realidade que conseguimos conhecer é sempre relativa às nossas subjetividades, ao momento que está sendo vivido e aos fatos que o estão envolvendo naquela dada circunstância.
Ontem conversando com uma amiga que trabalha na universidade federal , ela me dizia que durante o governo PT a universidade deu um salto de qualidade de cinqüenta anos( Isto é visível, basta ir ao campus da universidade federal em Bigrivertown). Foi aparelhada e modernizada. Professores foram valorizados e a ciência foi incentivada. O Prouni , por exemplo, pavimentou o caminho para muitos jovens que jamais teriam acesso à universidade. Isto só para citar um dos inúmeros pontos favoráveis do atual governo. Mas é claro que existem outros tantos aspectos que ficaram longe dos holofotes e que talvez não deponham favoravelmente ao atual governo e sua candidata.
- Você está preparado para votar? ( pergunto: quem está?)
A cartilha traz informações sobre os índices da educação no país. Um diagnóstico de até onde chegamos e do quanto( e é muito) é preciso alcançar.
Perguntas como :
- Seu candidato é comprometido com a melhoria da educação brasileira?
-Seu candidato já esteve envolvido em escândalos de corrupção?
- Você conhece pelo menos dois projetos educacionais que o seu atual governador desenvolveu?
-Você sabe qual o Ideb da sua cidade? ( Entre outras... há dicas e sugestões para diminuir o equívoco sobre as circunstâncias, porque evitá-lo é impossivel)
A cartilha ainda convida a fazer uma investigação sobre seu candidato e oferece vários sites úteis para cruzar dados:
http://www.camara.gov.br/
http://www.senado.gov.br/
http://www.excelencias.org.br/
http://www.deunojornal.org.br/
http://www.asclaras.org.br/
http://www.tse.gov.br/
http://www.twitter.com/
www.educarparacrescer.com.br/eleicoes
beijo interessado
da Melind@
Inveja dos uruguaios...Mama Mia..

Não fosse apenas pelo simples fato de que o atual presidente uruguaio adora cães(não tem conta de quantos vira-latas possui na Chácara onde vive)já teria minha simpatia, mas ele dá uma lição de política e estadismo de fazer inveja(muita inveja ) a nós brasileiros.
Os uruguaios tiveram a felicidade de eleger um presidente, que assumiu em 2010, e que , como nossa candidata Dilma, também participou de lutas e movimentos políticos no período nefasto da ditadura militar. Entretanto Mujica jamais precisou passar por um personal para reconstruir sua imagem. Ele usou na campanha sua honestidade,transparência(troglodita), simplicidade e empatia, próprios daqueles que não precisam maquiar projetos políticos e não temem escândalos e imprensa.Todos tem um passado.
Senti sincera inveja dos uruguaios que foram às ruas festejar pela vitória de um candidato cuja campanha não fora forjada por militância paga, fato que me entristece e envergonha profundamente. Quem sai às ruas deste Brasil em um Domingo vai encontrar os deprimentes mercenários alugados, bem barato,segurando bandeirinhas , poluindo ruas e entregando santinhos de pessoas que sequer imaginam as razões.
Lógico que restam alguns solitários convictos, mas são exceção.
Confesso minha inveja, ao perceber que nosso vizinho, apesar não estar ingressando no grupo das maiores economias do mundo e não chegar nem próximo dos números (que enchem os olhos)e pontuam o crescimento econômico brasileiro, podem sentir a satisfação de ter eleito um presidente do quilate do estadista e socialista Mujica.
Um homem de idéias oxigenadas e modernas, mas que não perdeu suas tradições e princípios. Não é preciso usar ternos Armani ou ficar amigo de George Bush para tornar-se um bom presidente. Também não é necessário ter uma esposa recauchutada ou repaginada. Pasmem.
Só para constar , José Mujica vive em uma Chácara, com sua esposa, que é senadora e também tem uma história de luta em guerrilha.
Avesso às bravatas e pragmático, com seu realismo diagnóstico, transmite confiança e credibilidade.
Não sou autoridade política para ter relevância bastante em minha avaliação, mas acho que basta verificar os ingredientes para imaginar o resultado da mistura. Brincando de articulista é possível transladar o micro para o macro da pólítica.
O Uruguai é um país cuja economia se sustenta com a agropecuária e que parece ter estacionado no tempo, mas nas áreas da saúde e educação nos deixa comendo poeira(IDH é 0,865) .É para ter inveja dos uruguaios. Não por sua Punta del Este ou a glamourosa Montevidéu, mas porque ainda são capazes de fazer política com a ética que se garante pelo fio de bigode.
Claro que todo país conhece os sinais de corrupção, mas se as instituições não se contaminam e a imprensa livre é assegurada as digitais são preservadas e estamos em um sistema saudável.
Não é preciso ser um cosmopolita para fazer um governo inteligente. O presidente uruguaio é um homem do campo que conquistou com cautela a sabedoria que manifesta.Passou uma duzia de anos preso durante a ditadura militar. Em 2004 foi o Senador mais votado. É prudente ao avaliar seus vizinhos latino-americanos, de Chaves à Lula, mas deixa escapar nas entrelinhas o descalabro. É fã de Lula, por sua trajetória de ascensão e conquista e deixa claro a simpatia à candidatura de Dilma . Ninguém é perfeito.
Algumas de suas idéias mais admiráveis estão nas amarelas de Veja(29 Set. 2010) :
" ..gostaria que as pessoas aprendessem a ser chefes de si mesmas.."
Se deu para perceber um quê de desalento na minha fala, acertou! "Há alguma coisa podre no reino da Dinamarca..."digo no nosso querido Brasil. "Se correr o bicho pega , mas se ficar o bicho come..." É esta a frase que sintetiza a minha avaliação do próximo pleito eleitoral. Não tem saída. Votar no retrocesso do "Pântano" é um suicídio, mas abraçar o perigoso continuísmo é um risco . Plano B é a mais pura ilusão. O negócio é ficar curtindo uma inveja do vizinho, enquanto isso for possível. Da-lhe dor de cotovelo.
Revista Veja, 29 Set. 2010.(amarelas)
http://leituraglobal.com/494/ - Revista Teoria e Debate n.84.
Fio Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...
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God Bless the Child - Billie Holiday Enviado por boberwig . - Clipes, entrevista dos artistas, shows e muito mais. Caio Fernando Abreu ...
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A fonte -parte I Sempre achei de uma breguice sem precedentes esta história de ter uma fonte em casa. Cafona.Contudo, seguindo a linha de...