
Quando me expresso me traduzo um pouco.É uma forma de me reinventar, revisitar minhas idéias e reescrever meus pensamentos. Conversando alto e mostrando os sabores que eu provo posso mantê-los vivos e inesquecìveis. Este é um espaço para abusar das palavras e colecionar interrogações!
sexta-feira, 2 de abril de 2010
O tempo em tempos de GPS!

domingo, 28 de março de 2010
universos paralelos...
As luzes se apagaram. Escuridão. Fecha e abre a cortina. Mudou o cenário e tintas escuras tingiram as árvores dançantes e inquietas . O vento era uma marca registrada ali. Quase sempre dirigia a coreografia das folhas, dos papéis e de qualquer coisa que se aventurasse a atravessar seu caminho.
Não havia nada de errado, apenas havia chegado em casa e tudo estava como sempre esteve. Emborcou o carro e entrou. Quando desceu sentiu o vento equivocado lá dentro, como se fosse um anfitrião naquela noite estranha. Não lembrava de onde estivera e nem porque chegara tão tarde. Havia perdido a noção do tempo. Apenas era tarde o bastante para que nada além do vento se movesse. Lembrou dos westerns e das cidades fantasmas hollywoodianas.
Começou a andar pela casa que não identificava. Um lugar que subira vários andares, mas não eram andares no sentido comum. Eram andares, movimentos súbitos da alma. Caminhos.
Parecia um apartamento apenas pelo fato de estar longe do chão. Lembrava um daqueles lofts americanos. Um lugar novo em um espaço antigo. Se aproximava disso. Ela já estava no coração da "casa". Talvez por isso o vento estivesse tão forte.
Ela correu aos dormitórios com a ânsia da saudade. Entrando em seus próprios compartimentos interiores. Locais que não visitava há muito tempo.Tão íntimos e pessoais. Tinham a cor dela . Eram suaves como um veludo cor da pele.
Ninguém a vista, como um remake feliz do fim do mundo, onde se é o único sobrevivente.
O espaço enorme crescia a medida que ela se movia dentro dele. Sua expectativa tornava-se maior a cada cômodo. Estava em um sonho. Mais uma jogada estratégica da mente.
Uma etiqueta estava presa a uma caminha de criança. Eram dois símbolos quadrados que se enchiam de rosa. Foram ficando nebulosos até desaparecer. Um espaço censurado pelas horas que passavam e iam apagando da memória da narradora os registros embaçados, como um vapor que vai tomando suavemente o espelho até encobrir tudo.
Ventosidade fugaz daqueles instantes. Não calava. As folhagens conversavam encobrindo as imensas janelas , abocanhando todos os quadrantes. Estava ali onde tudo começava e terminava.
O teto baixo e a luz serena ameaçavam a racionalidade e por um momento olhou numa das camas, alguém encoberto pelo sono.
Ao puxar as cobertas lá estava ela e mais ninguém.
Um sino tilintou partindo o ar , segredando a parte oculta . Ela. Estava vasculhando os subúrbios da mente.
Havia portas para romper e espaços imensos para conhecer. Nem começar , nem terminar naquela dimensão de coisas. Aquele interstício de razão foi misturado com o toque agudo de metais.
O que experimentava era amenidade, sem seus títeres do mundo "real". Paz.
Uma partícula da sua antimatéria, uma mistura de silêncios gritões preenchia todos os lapsos.
Universos paralelos, concomitantes, sincronizados , autoexplicativos.
Havia uma bruma de cores suaves e ternas presentes em todos os tempos da vida dela . Ali , num ponto único, o paradoxo do tempo paralelo que acontecia dentro e fora dela se consumava. O sono velava seu despertar. Encontrou seu proprio deserto. Sua cidade fantasma devastada por lembranças. Sem sustos, como deve ser.
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