
Eu adoro bem-te-vis. Eles trazem à tona uma sabor inequívoco de prazer na minha vida. Não lembro quando exatamente começou nossa paixão, mas faz muito tempo.
Quando os escuto, de verdade, é como hipnose. Dentro dela tendo a compreender porque os silvos inquisitivos se misturam. Como se traduzem? Como me traduzem? Como tão bem me vêm! Bem-te-vi!
-Bem-te-vi! titiú. Aquele Hiiiiiiiii, redondo e emocionante. É como musicar uma sensação. Às vezes ficam rápidos, como debates . Denunciam a importância daquela coalizão universal de Bem-te-vis. Eu sou a convidada especial.
Eles se comunicam como num programa de perguntas e respostas. Lá e cá. Ali e aqui.
Os tons se misturam , os acordes se ampliam e o diálogo de cantos vibratórios me deixa estática.
Vejo, com meus ouvidos, o silencioso sentido de estar ali.
Estancam, de repente- um grito melodioso se estende, malemolente. Uma marra de bem-te-vis encerra o colóquio.
Hoje, pela manhã, atrasei-me para ouvir os Bem-te-vis.
Sua orquestra me pareceu mais importante do que tudo. Teve um alcance maior do que muitos pensamentos encadeados.
Éramos apenas nós sobre a Terra. Eu e os Bem-te-vis. No silêncio sonoro de nossos caminhos cruzados. Eles cantando para mim. Eu , estancada ouvindo seus lamentos, reclames e exaltações à vida. A nossa!
beijo sonoro e estridente
da melinda
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