sábado, 18 de abril de 2009

O diferente nos motiva.....o dentro e o fora..



Do que mais você se alimenta? Eu sempre fui fascinada por gente. Sinto uma satisfação quase infantil só em ficar olhando a linguagem e a forma de pensar do indivíduo. São muitos mundos. Imagino qual o meu nível de apropriação do que está a minha volta, do outro.

Cada um tem uma abordagem das mesmas coisas e um formato, uma estética. Se analisarmos os inúmeros dramas da contemporaneidade que desfilam pelas ruas, telas e janelas vamos perceber que o diferente que está fora de nós é o que nos motiva a interagir. Mostramos nossa abordagem , nossa forma de apropriação do tempo, num sentido etimológico, nossas credenciais , nossas digitais culturais. Acho fascinante , absolutamente fascinante aquilo que está impresso em cada nativo deste mosaico humano. Somos a soma de toda uma tradição cultural, de uma herança familiar, de nossos traços genéticos, da teoria do caos e das diversas teias que a vida vai tecendo em torno de tudo. Como não se apaixonar por estas idiossincrasias ambulantes.

Assisti esta semana ao filme " O curioso caso de Benjamin Button", de David Fincher e ele me presenteou com estas reflexões sobre as coisas que desencadeiam em mim uma mistura de entusiasmo e avidez pela vida.

A mensagem justamente de vida, mais propriamente sobre valorizar a vida em suas mais impensáveis misérias, traduzidas delicadamente no filme em forma de humanidade, despojamento e leveza. As personagens eram a encarnação do diferente sob todos os aspectos e justamente por isso apaixonantes. Um homem que nasce com oitenta anos e vive experiência de crescer em um asilo de idosos, marcado pela presença cotidiana da morte.

Retrata a compaixão no seu conteúdo mais belo, a simplicidade.

Me apaixonei. Sou uma apaixonada! ! Quase bestializada pela riqueza que cada olhar pode revelar a partir do mesmo ....

Somos diferentes, nem certos , nem errados, traçamos diferentes caminhos a partir de nossas histórias. Somos milhares de culturas, umas o avesso de outras. Acho que deveríamos ver as diferenças a partir de um Benjamin Button, crescer no corpo de um velhinho. O mundo de trás para diante, o inverso do que aprendemos como regras imutáveis, voltar para o ponto de onde surgimos , antes que nos constituíssemos em diferentes povos que se espalharam pela Terra e passaram a crer que apenas o seu caminho é o certo....valorizar cada migalha de eternidade que é experimentar o diferente .....sem preconceitos.

Espero chegar lá.

    Fio  Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...