sábado, 24 de outubro de 2009

Lá no arquétipo dos habitantes de Macondo age como efeito dominó...




QUEM DOBROU SEU PÁRA-QUEDAS HOJE?
Charles Plumb era piloto de um bombardeiro na guerra do Vietnã. Depois de muitas missões de combate, seu avião foi derrubado por um míssil. Plumb saltou de pára-quedas, foi capturado e passou seis anos numa prisão norte-vietnamita. Ao retornar aos Estados Unidos, passou a dar palestras relatando sua odisséia e o que aprendera na prisão. Certo dia, num restaurante, foi saudado por um homem:
- Olá, você é Charles Plumb, era piloto no Vietnã e foi derrubado, não é mesmo?
- Sim, como sabe?, perguntou Plumb.
- Era eu quem dobrava o seu pára-quedas. Parece que funcionou bem, não é verdade?"
Plumb quase se afogou de surpresa e com muita gratidão respondeu:
- Claro que funcionou, caso contrário eu não estaria aqui hoje. Muito obrigado!
Ao ficar sozinho naquela noite, Plumb não conseguia dormir, lembrando-se de quantas vezes havia passado por aquele homem no porta-aviões e nunca lhe disse nem um "bom dia". Era um piloto arrogante e aquele sujeito, um simples marinheiro.
Pensou também nas horas que o marinheiro passou humildemente no barco enrolando os fios de seda de vários pára-quedas, tendo em suas mãos a vida de alguém que não conhecia. Agora, Plumb inicia suas palestras perguntando à sua platéia:
- "Quem dobrou seu pára-quedas hoje?"
( desconheço o autor)



"Os pára-quedas modernos tem um perfil semelhante as asas de um avião. Quando aberto, seus gomos se enchem de ar e possibilitam que este perfil desenvolva um movimento horizontal que faz com que o pára-quedista possa escolher - com certa tolerância - o local do pouso, através dos batoques."


Cada pára-quedas em sua vida tem um perfil semelhante as asas de um avião. Quando aberto, seus braços se enchem de solidariedade e possibilitam que você reine absoluto e direcione seus movimentos segundo sua própria escolha, com margem para erro e finalmente decida o local de pouso com sabedoria.

Para não cair de pára-quedas neste post eu explico....
Sei que este texto não é novo e tampouco conheço sua procedência , mas isto não tem a menor importância. Eu quis colocá-lo aqui porque quando li ( e já havia lido antes) ao receber de uma amiga, tive um sentimento muito elevado em relação às muitas vidas que vivo e ainda vou viver. Tem muita gente nos bastidores enquanto faço meu número e esta pequena história só vem ratificar tudo que tenho colhido nos últimos episódios sempre emocionantes . A idéia subjacente deste gesto é justamente dar vida a ele. Senti necessidade de externá-lo e contei esta história em várias oportunidades esta semana (de várias maneiras) e o resultado certamente não surpreenderia seu autor(original). As pessoas ficam espantadas quando tem a oportunidade de extravasar sua humanidade, vendo-se traduzidas em uma alegoria popular. O Charles Plumb que está lá dentro de prontidão esboça um sorriso, arqueia a sobrancelha e se sente agradecido por ter este momento de consciência. Lá no arquétipo dos habitantes de Macondo age como efeito dominó...

Beijo pára-quedas da Melinda


Sábado nublado..

"...toda pessoa, mitômana ou não, adota alguma espécie de disfarce com que se apresentar aos outros.." Isabela Boscov (sobre o personagem de Damon no filme do diretor soderbergh "O Desinformate")
"Quanto mais analiso uma idéia -algo que tendo a fazer obsessivamente-, mais a asfixio"
Steven Soderbergh( diretor de cinema)
"Estamos na era da reinvenção..." alguém tem dúvida?
"Ironia é como onda de rádio, se não encontrar um receptor adequado, se perde." Veríssimo
"É o silêncio cheio de palavras não ditas que salva o que se julgava perdido" Saramago
"Há uma coisa dentro de nós que não tem nome. Essa coisa é o que somos." Saramago
"Há coisas que são tão o que são que não carecem de explicação" Saramago
"Para prevenir surpresas, tenho deixado sempre abertas todas as janelas e todas as portas"Caio Fernando Abreu
"Faz com que eu sinta que amar é não morrer, que a entrega de si mesmo não significa a morte e sim a vida." Clarice Lispector
"Sou dos que crêem no que é inacreditável. Aprendi a viver com o que não se entende." Clarice Lispector
" Porque no Impossível é que está a realidade."****** Clarice Lispector
Sábado chuvoso e nublado em BigRiverCity.Muito café.Sono.Torta de coco com leite condensado totalmente enjoado. E a janela aberta. E mostra o vento o que há por dentro.
Das frases captadas por minha parabolouca hoje, escolhi as que convergem para o capítulo de hoje.
beijo decodificado
da melinda

Esquisitices: alguém ainda duvida da teoria do caos?

Duas leituras diferentes e que convergem para o mesmo ponto de vista. O mundo é comandado por um universo de possibilidades impensáveis que acabam ordenando nossas vidas.
1.Uma desastrosa erupção vulcânica nas Filipinas, no Monte Pinatubo, promove a destruição e morte de dezenas de pessoas em 1991. A erupção lançou na atmosfera milhões de toneladas de dióxido de enxofre(SO2), o gás subiu pela atmosfera, atingindo a estratosfera e espalhou-se pelo planeta. Esta camada provocada pelo gás, diminuiu a incidência da radiação solar e a temperatura média do planeta caiu 0,5ºC.
"SuperFreakonomics" é o livro cujos autores Steven Levitt e Stephen Dubner, respectivamente economista e jornalista, apontam tais imprevisões como sendo a zebra da loteca. Digamos que existe uma ordem do imprevisível que desafia toda ordem e metodologia. Uma catástrofe que joga luz sobre a questão mais debatida do último milênio, o aquecimento global e seus negros prognósticos quanto ao futuro do planeta.
De outra feita, uma ilustre desconhecida inglesa, atendente de central de táxis e comerciante virtual eventual de produtos cosméticos, joga no Youtube um vídeo caseiro, megasuperamador, onde revela seus segredos e dicas de maquiagem e torna-se uma celebridade da web, com 60 milhões de acessos. Ganha uma marca de produtos cosméticos e ainda publica um livro com seus conselhos autênticos de como ganhar ares de Rihana, Angelina Jolie, Avril Lavigne , entre outras.
Existe maior comprovação de que esta total imprevisibilidade é regra.
Lauren Luke tornou-se uma celebridade. Daqui a pouco será consultora de divas e até escreverá sobre auto-ajuda.
Eu, como uma defensora radical da teoria do caos, não poderia deixar aqui de registrar minha alegre incredulidade com fatos tão curiosos( no mínimo), simpáticos e empolgantes.
É , a vida na ervilhinha é surpreendente.
beijo deslumbrado da melinda

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Savhasana, encapsulada em uma linhaça dourada voadora e Marte

Claridade

“...a cada dia que passa um pouquinho de morte.” Pattabhi Jois

Entre a atividade e a total inatividade....Entrar no vazio inerente ao momento... com os senhores " A Savàsana"

Ontem após uma aula de alinhamento que foi redentora para minhas vértebras, buscamos harmonizar nossos chakras com mentalizações de cores e mantras. Começamos com o Lan, na base, passamos ao Van , depois ao Anahata com Ran , seguido pelo Yan , o Run e o sensacional e absoluto Om. Trabalhamos o vermelho, laranja , rosa, roxo e azul. Tudo muito bem até aí.

Lá estava eu em posição de lótus levitando em torno do meu próprio eixo ,de mim mesma e me preparando para a derradeira savhasana, ou seja, para experimentar um pouco da postura do cadáver, como diz Pattabhi jois, um pouquinho de morte (para que não nos afoguemos nela).
Quando passei a relaxar, com os braços estendidos e as palmas das mãos voltadas para cima, os pés caídos para o lado, já ´percebi o abandono do corpo e a consciência centrada num ponto da mente. Fomos então convidados a adotar a posição fetal e eu fiquei no paraíso, pensei que dormiria no ato. Fomos convidados a mentalizar que estavamos dentro de um grão de alpiste. É , alpiste. Imediatamente começei a liberar minha personalidade psicopata e resolvi meditar dentro de um grão de linhaça dourada, bem brilhante. Como se não bastasse a linhaça começou a navegar no deserto. Só que não poderia ser um deserto comum. Eu estava lá flutuando sobre as crateras desérticas do planeta vermelho. Uma mistura de " Exterminador do Futuro" com culinária natural e cápsulas-dormitório japonesas.
A minha linhaça sobrevoava a vastidão desértica das crateras no território de Marte, o planeta vermelho, cor do Chakra de raiz.
Era um deserto muito claro, apesar do solo avermelhado e cheio de montanhas, algumas chapadas confesso, mas minha linhaça era praticamente uma espaçonave, moderna e apocalíptica, que deslizava sobre o assoalho de ar que pairava sobre o cenário devastador.(que ar?)
Eu tinha que escolher um planeta inteiro só para mim e uma linhaça gigantesca onde eu jazia em posição fetal e em transe profundo. Um sonho enquanto estava entregando minha consciência ao total devaneio do relaxamento completo.
Existe um paraíso simultâneo em algum ponto dentro da mente-energia, nada que possa ser tocado ou encontrado por mais ninguém além de nós. Que máximo o mundo dos sonhos. Eu não quero me desconectar mais dele. Vamos nos manter em linha direta. Qualquer chateação e eu volto para Marte.
- ET, ET, minha casa.....( dedo erguido)
Beijo desértico da Melinda

domingo, 18 de outubro de 2009

Melinda é a minha construção

Melinda é minha construção, onde elaboro de forma indissociável, não tudo, mas muito daquilo que permeia minha vida.
Cada palavra que leio, em qualquer fonte, seja um livro, um blog, um jornal ou uma revista, enfim, é colhida e armazenada, ainda que inadvertidamente. Parecem estar esquecidas e inúteis, guardadas em algum espaço bagunçado do meu recipiente emocional, mas não, de repente se conjugam e destilam uma nova energia.
A leitura nos instiga a ter curiosidade sobre o outro, sobre os fatos, a debruçar-se sobre a história de alguém e a partir daí, tecer relações com nossa própria história , com nossa existência.
Todas as subjetividades que são captadas por nossa parabólica acabam sendo processadas e promovem infindáveis respostas, que conhecemos como maturidade.
Este final de semana, por exemplo, observei um fato da vida comum. Uma amiga teve a casa invadida por um ladrão, que furtou um aparelho de DVD aproveitando o momento em que o sistema de alarme estava desativado e a janela aberta. Entrou, desconectou o aparelho, caminhou tranquilamente de volta e saiu, sendo finalmente flagrado pela visão da secretária. Minha amiga estava a poucos metros, conversando sobre amenidades com a secretária, enquanto o estranho invasor, de aparência comum , violava a tranquilidade de seu lar. Não houve nenhuma forma de ameaça ou violência, nenhuma forma de contato, exceto um rápido contato visual.
Minha amiga tinha duas opções. A primeira seria ficar P., excomungar o meliante, registrar a ocorrência e aproveitar a dica para aumentar a segurança, computando ao fim e ao cabo, entre mortos e feridos , o lucro de ter sido lesada apenas monetariamente pela perda de um DVD. Seguir compromissos e rotina normal, dando o mínimo de crédito e dispendendo o mínimo de energia para o já desagradável acontecimento.
A segunda opção, escolhida pela minha amiga, foi deixar-se abater solenemente pelo fato. Entre a ocorrência e a reprodução infinita do fato, verbalizado, analisado e revisado "ad infinitum", promovendo decaimento, ampliando exponencialmente um episódio que , em última análise, não poderia ser desfeito, nem modificado. Cancelou compromissos, até mesmo os potencialmente festivos e agradáveis para sucumbir sem resistência ao teste-drive da sobrevivência.
Eu usei esse exemplo para ilustrar o que todos sabemos, que tudo pode ser muito simples e óbvio para alguns e devastador , dependendo da concepção que se tem dos acontecimentos que, podem ser inofensivos para alguns e ressoar de forma trágica para outros.
A experiência da vida, que aparece em fatos pequenos e isolados , não deve ter uma abordagem compassiva, é emblemático para construir as nossas referências e pautar nosso mundo interno e futuras escolhas.
Acabamos sendo receptáculos de fragmentos de vida dos que nos cercam.
Matéria-prima para o blog da Melinda é o que não falta. Alguém já disse que viver é uma arte, sendo assim, pode ser expressada e manifestada da forma que escolhemos. O importante é estar consciente!!
beijo grato pelos fragmentos de vida
Melinda

    Fio  Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...