Não sei se alguém gosta de ler o que escrevo aqui, mas eu adoro escrever. Escrever me ajuda a entender e pensar sobre coisas que parecem já estar "pensadas". Talvez eu pretenda entender o que penso, ou pensar sobre o que acho que penso.
Por vezes tenho dúvidas sobre a minha comunicação com o mundo.
É um caminho tortuoso este, de pensar sobre os próprios pensamentos, ou não tão próprios!Traiçoeiro! Algumas vezes parece tão certo que assino embaixo!
Bom, o fato é que, um dia desses eu compreendi que nem tudo que eu penso, eu penso.
Explicando.... nem todos os pensamentos que estão no meu universo mental são meus. É como aquela música insuportável que às vezes cola e toca dentro da mente, sem sabermos como. Assim são alguns pensamentos ou idéias, grudam na frequência e fazem aquele barulho.
Eu descobri então que a grande maioria destes fragmentos ou idéias que povoam a minha mente não me pertencem. Pode parecer estranho, mas aprendi tantas coisas na vida sobre as quais não penso ou não pensei. As coisas que realmente concluí por meus próprios méritos e experiências são raras. Aceitei a maioria dos fatos bovinamente, sem olhar com maior interesse.
Lógico que não compreendi isto sozinha, fui presenteada pela vida, que me colocou este conhecimento a disposição.
O que importa é que entendi um pouco mais o que está implicado nas relações que estabeleci e estabeleço com tudo. Digamos que percebo mais claramente que há mais informações disponíveis à minha frente do que aparenta(ou do que minha antena capta), cabe a mim querer conhecer ou não . Conhecer implica assumir as rédeas e tomar o controle da própria vida, assim elaborando novos e verdadeiros conceitos e referências, sem a cegueira da visão ( expressão cantada pelo nosso saudoso e nada cego Raul Seixas).
Desta feita anuncio que observar o mundo a minha volta se tornou uma alternativa no mínimo curiosa. Cada vez que algo me desperta atenção uso meus novos olhos. Ainda uso os velhos olhos, claro!
Nada mais é cotidiano! Anotar este blog faz parte disto. Posso mudar de direção a qualquer hora. Esta é minha estação experimental, cujos projetos são passíveis de extinção ou reprogramação completa.
Identificar novos pontos ou fazer uma nova leitura dos velhos pontos e assim fazer parar de tocar aquela música ou desistir de comprar mais alguma coisa desnecessária ou ainda deixar de dizer aquela frase só por dizer.........
Talvez seja até uma questão de perda da espontaneidade. Vamos sendo formatados e moldados para conviver no grande ninho, vamos perdendo a naturalidade e acabamos por deixar de perceber o que realmente importa. Decoramos os hinos, vestimos o uniforme e enfiamos a máscara.
Estou rasgando a minha fatiota.........criando a melindocracia........
smac...
