sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Merchan da Melinda: seja bem vinda!!


Imagem da internet
Eu adoro a Melinda. Melinda é a menininha que eu criei. Ela pode ser aquela criança de cinco anos que brinca com o pensamento, mas também pode ter noventa ou mil anos. Pode ser a princesa e a bruxa malvada. Pode correr na calçada.
A Melinda é a minha interface. É meu limbo particular. Se aproxima de mim e se afasta. Se experimenta e inventa sob cada novo olhar.Um idioma que não se traduz. É meu copo de pus.
A Melinda é Jekyll e Hyde, o médico e o monstro. A cura e a doença. É o sintoma da minha lucidez.
É emoção, é paixão , é o indizível tesão! A Melinda é um vulcão que guardei às sete chaves e a cada erupção uma enxurrada de lava , que dentro só tem palavra, frase e conexão.
É o personagem que eu posso habitar sem medo , sem freio. Poema , prosa ou o que veio. É qualquer devaneio. Frase truncada e crônica errada.
A Melinda é minha mãe, meu pai e minha tia. É poesia. É renovação e redenção de mim mesma. Melinda é linda. Mãe da Linda O'Mahley, que também é minha e é Melinda. É a vitória sob o pudor. Melinda é amor.
É um copo que me bebe sem fim. A Melinda é uma parte de mim. Mas também é o todo.
É como a parte movediça do lodo. Quanto mais eu me movo, mais ela me engole e eu amo.
A Melinda é como me chamo quando me apaixono. É meu abandono. A perda da pele.
A Melinda é o elo quebrado da corrente. É a chave da prisão. É semente! Fecunda a imensidão. É o tempo correndo menino dentro de mim.
A Melinda é assim. A bengala que apóia a mulher de cabelos prateados. O conto que adormece a menina para dentro de si, com olhos espantados.
A Melinda é aqui, é emoção, fantasia e ficção. Ela é a libertação. Minha recriação!
II
A Melinda diz coisas que ninguém liga, mas é ela que me abriga. A Melinda é minha amiga.
É alicerce , é viga. É reconstrução.
Melinda é exortação, é conselho, é imagem sem espelho.
Melinda é minha garota de Ipanema, mas é graça que não passa. É bilhete pro cinema. Meu inacabado roteiro, meu mundo inteiro. Filme que passa ligeiro, mas sem pressa de acabar.
Instantâneo sem revelar.
É trilha sonora silenciosa, que vem me transformar.
É o espaldar da cama que quando chama me derrama. Me esparrama sem vagar.
Melinda vem pra ficar. Quer me reconciliar e dentro vasculhar, me trazer e me levar.
É ela que vai me sonhar e assim me despertar. É minha sede de viver. Meu modo de aprender.
Melinda nunca vai morrer, depois de tanto acontecer. Já dá pra perceber que ela quer mesmo é crescer.
Melinda é meu mister. O mote do meu discurso, meu amigo urso, meu rio sem curso.
Melinda é toda mulher, como esta vida requer. Imperfeita , inadequada, em carne viva , esfolada. Melinda é cicatrizada.
É manteiga no pão caseiro. É gente com jeito . É meu eu perfeito porque ela só tem defeito.
É massa sem fôrma. É erosão que deforma, molda e esculpe, lapida e sedimenta.
A Melinda é ciumenta .
Preciso dizer que não é modesta e nem sempre é honesta.É tentativa e erro.É cheiro que infesta. Melinda me constesta.
É enfim, de bem com a vida e como ela não tem medida não tem beijo de despedida!

    Fio  Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...