quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Minhas mentiras sinceras..

Quando leio alguns toques de alma como os que escreve um Fabrício Carpinejar me sinto um iceberg embotado, incapaz de expressar sentimentos. Aliás me vejo como um amontoado flutuante de sofismas, escudos e armaduras.
Eu venho tentando quebrar o muro que me separa das minhas espontaneidades ou de meu estado de natureza, mas acabo por encontrar um mar de veleidades e fico com aquela sensação de prótese.
Acho que as experiências deveriam nos mostrar o quanto é mais honesto ser suscetível e legítimo. Deveriam servir de parâmetro para que, ao invés de usar subterfúgios e ser arrogantes, fôssemos humildes e sinceros com nossos propósitos e com o outro.
Demonstrar sentimentos humanos é o que deve-se ter por princípio, mas acabamos tornando a pretensa soberba uma virtude. Aquela frase máxima do "comigo ninguém apronta" ou "eu não dou mole". A verdade ululante é que todo mundo já foi preterido, já foi enganado e magoado.
A diferença está em como encaramos isto.
Parei para atender o telefone e quando retornei ao post pude identificar as perniciosas voltas que dei para não dizer aquilo que me levou a escrevê-lo.
O fato é que eu ainda acho que o amor é algo puro, belíssimo, íntimo e um sinal de maturidade. Não perder a capacidade de sentir é uma virtude.
Flutuar como um babaca alado, babando na própria gola é uma atitude muito corajosa. Derramar-se em atitude não é falta de comedimento ou circunspecção. O importante é viver de forma autêntica e não temer o olhar que brota da presunção.
Penso que construímos uma estética em torno do que é escolado, politicamente correto e ou elegante no que diz respeito ao amor.
Minha afilhada tem vinte e dois anos e chama o pretendente de projeto. Expressa o interesse como se fosse uma estratégia de marketing e as possibilidades como uma pesquisa de mercado. Isto é o que estampa às custas de muita sublimação.
Fica claro que tanta frustração manifestada pelas pessoas tem uma razão óbvia. O medo de não ser um sucesso.
Admitir que fazer dar certo é o mais difícil e que as possibilidades de fracassar são sempre , no mínimo, de cinquenta por cento e que sem elas a vida seria um tédio, uma linha reta, uma quimera...seria um bom começo. Se não tem o ruim, não tem o bom.
Na coreografia das relações pessoas passam a ter perfis e apresentar requisitos. Isto não tem nada a ver com viver. Ainda acredito que viver é estar presente nas experiências e correr o risco de haurir o mais intensamente ainda que sob a sombra do tempo que diz que tudo muda e acaba em um certo momento.
Concluindo, poderia afirmar que é muito difícil viver de verdade , digo, estar na própria pele quando as situações surgem e enfrentá-las sem pudor ou medo do julgamento alheio, do suposto"fracasso" que contrariamente a tudo isso é apenas um atributo do ego e o ego, sabemos, é vaidade . Vaidade é sinal de pouca elevação intelectual.
É! Não somos de plástico e dificilmente vamos encontrar algum personagem em um filme que seja igual a nós.
Ufa! Ainda consigo identificar a beleza única contida na espontânea e falível experiência humana de amar.
beijo alado
da melind@

domingo, 31 de outubro de 2010

Apenas vicejar


Descubra sua opulência,
ostente-se exuberante,
brote,
Lance e estire suas pernas
sobre o mundo,
Expanda-se, exale-se,
torne-se e entorne-se
gaste-se,
dispenda-se e multiplique,
enleve-se à máxima potência,
extraia sua raiz suntuosamente..
Canibalize-se, vislumbre
os comabalidos,
Contemple os trôpegos,
Sente-se no sofá,
Não acabe no que cabe,
desabe, deixe resíduos
reproduza-se ,
duvide, revide
invada suas
tropas com o território
inimigo,

Leia-se , sinalize
encontre e perca,
cause, extasie,
eleja-se e
cuide-se....

Amén

    Fio  Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...