quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Você conseguiria olhar para si mesmo como se estivesse se vendo pela primeira vez?

Imagem da web

Você conseguiria olhar para si mesmo como se estivesse se vendo pela primeira vez?

Esta pergunta deu início a minha investigação sobre a pessoa que encontro todos os dias e momentos da minha "vida".

Começamos nesta roubada como um livro em branco. A mente repleta de sensações e cores sem nome. Os sentidos falam sua própria linguagem. A medida que a nossa experiência caminha em direção ao tempo, começamos a formar conceitos e criar concepções de mundo altamente complexas.Todas , é claro, baseadas em ensinamentos não originários. Nosso conhecimento não é nossa descoberta. Absorvemos como esponjas. Certo?
Meu pensamento sobre tudo não significa coisa alguma. Sou um amontoado de dogmas e preceitos a respeito de mim mesma.

Arrancar de dentro todos os códigos implantados pelas crenças acolhidas como nossas, ao longo de uma vida, ou muitas, é uma tarefa interessante, para usar o otimismo.

Saber que quando olho uma parede, não estou vendo a parede como é naquela experiência, mas sim minha memória e sensações com todas as considerações acerca da parede , sua cor, sua textura, disposição e utilidade.

Tudo é parte de um passado e inicia, de fato, com a tomada de consciência inicial daquele evento. Como se apenas estivesse revisitando algum tempo , me encontrando com o momento em que conheci ou aprendi aquela "realidade". Será? Será que era a realidade ou era apenas o que eu poderia compreender naquele dado instante e dentro de determinadas circunstâncias. Ou seria a construção que alguém me ensinou com base na sua experiência.

E mais, se minha experiência foi boa ou má, trouxe consigo o sentimento ou emoção correspondente, que também se reproduz a cada "feedback". Cada retomada dispara o gatilho de emoções.

Me parece que este lapso aparente chamado vida seria, nada mais , nada menos do que um perpétuo feedback, com algumas anotações novas, mas sempre eivadas dos códigos originais. Nossa grande fantasia individual a respeito de nós mesmos e da existência. Apenas novas notinhas de rodapé, sem alteração do texto principal.

Outro dia eu li uma crônica onde o autor contava a experiência de ter encontrado consigo mesmo aos oito ou nove anos, ao viver na prática um projeto que tinha desde criança. Quando se viu dentro da realidade que havia idealizado quando menino , se identificou, se encontrou com uma fração de si mesmo. Na verdade contou isto para ilustrar que , embora imaginemos que quando somos crianças não temos muita consciência ou somos alienados , isto não é a verdade inteira. Talvez não recordemos inteiramente quem éramos e o que pensávamos, mas éramos e pensávamos . É de lá que vem a fonte.

Isto para ratificar o meu delírio momentâneo de que somos dados viciados. Vivemos experiências atuais com percepções passadas das quais estamos impregnados, encobertos.

Estamos impregnados da cultura corrente chamada civilização e sujeitos a uma adequação que está acima de nossa consciência. Ela está pairando sutilmente a nossa volta, como uma bruma acalentadora e confortável.

Assim, é com quase tudo a minha volta. Carrego a memória , a vivência e a experiência implícita naquele objeto, naquela pessoa , naquela sensação ou "compreensão". São espelhos que refletem outros espelhos e as imagens se perdem umas dentro das outras, sem verdades.

Eu estou lendo um livro que está me virando de ponta a cabeça.

Aparte qualquer cunho filosófico, sociológico ou religioso que possa tentar conduzir o curso dos acontecimentos, a idéia presente na experiência do livro é um convite a , quem sabe, assistir o "make in off" ou construir uma nova versão a cada novo tempo vivido daquela experiência. A romper com seus contratos ilítitos e cheios de vícios, porque foram produzidos em erro.

O fato é que o sabor pode ser sempre novo ou mais intenso a cada nova degustação.

Enfim, bem vindo ao viver o exatamente agora . Construir sentimentos e pensamentos com base na experiência presente e não, preconceituosamnte , repetir julgamentos e vibrações retiradas do passado.

Eu não estou enlouquecendo, mas estou tentando. É ótimo!

O livro ao qual me referi não tem a pretensão de inovar, apenas dar umas pistas. Temos que fazer o trabalho pesado.

Chama-se " Os quatro compromissos" e o autor é D. Miguel Ruiz...


Bom apetite com sabor verdadeiro

Quem é você que me olha
e me procura todos os dias,
Passa os olhos sobre
minha testa,
envolve meus cabelos, observa
minha boca,
mas não chega até mim
Eu estou ali, a espera ,
silenciosa.
Às vezes mostro que estou
viva e que há tanto em mim
Fico ali refletida , aprisionada na
imagem que se move, que se alegra
sozinha como uma pele sem corpo,
E mais uma vez você se vai
e me deixa a espera do próximo
encontro,
Uma sutileza apenas, um gesto
talvez e me perceba,
tenho tudo pra mostrar,
contar o tanto que pensei e silenciei
e esqueci
Acreditei que era só aquilo projetado
pela metade,
a roupa que desfila livremente pelo
mundo das tintas,
e eu
continuo aqui atrás da imagem.
beijo escondido atrás da imagem
da melind@

    Fio  Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...