sábado, 24 de abril de 2010

Minha homenagem ao Hubble!!

Complex Dust Disk, Expected Birthplace of Planets, Around Star HD 141569A
Source: Hubblesite.org

Picture Album: Face-On, False Light Image of Dust Disk Around Star HD141569

Não parece que há alguém saindo da luz? Fantástico!!
Imagens nada absolutas para alimentar nossas percepções cada vez menos absolutas dos "universos"!!
O incrível nestas imagens do universo é que às vezes quando fechamos os olhos sob o efeito especial de nosso cérebro face à luz temos imagens semelhantes...

Ainda dá para conhecê-lo (o hubble) detalhadamente na pág.
http://www.imax.com/hubble/

beijo cósmico
da melind@

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Amizade, transição e outras coisas

Hoje eu queria falar sobre amizade. Este substantivo abstrato,友情 (yujoo), no Kanji japa-chinês que ouvi outro dia! Aprendemos esta palavra como um conceito vazio, que vamos preenchendo ao longo da vida. A cada novo ponto do tempo de nosso percurso a representação deste pensamento vai ganhando novas tintas e uma palavrinha tão singela vai ficando muito, muito complexa.

Chego a conclusão de que é muito difícil formular certas idéias por meio de palavras. Parece que não são eficientes o bastante e acaba ficando tudo no plano da percepção.

Em primeiro lugar não é um pensamento-sentimento acabado. Muda constantemente em face de nós mesmos. Nossos laços mudam a medida que crescemos e vemos o outro sob outro ponto de vista.

O que quero dizer é , simplesmente, que não é possível tratar a amizade como um conceito acabado de dicionário, quando estabelecemos que temos um "melhor amigo" ou amigo mais próximo, quase como um irmão, etc...

O fato é que os vínculos mudam junto conosco. Isto vale , por certo, para todas as formas de laços que temos.

Sob certas circunstâncias, parece que aquela sensação ou definição vai valer para sempre. E talvez até valha, se pensarmos que em nossa memória aquela referência permanecerá, cheia de gratidão e amor. Entretanto, no andar da locomotiva os espaços vão ficando distantes e os novos lugares nos transformam. Os episódios que vão se agregando a nossa história acabam por mudar os passados e abre-se uma imensa fossa, bem no meio da fortaleza conceitual chamada amizade.

O olhar para dentro e para trás vem de um ponto latitudinalmente muito distante do inicial.
Alguém já disse que vamos nos construindo a partir de nossas experiências com outros seres e estes deixam marcas indeléveis em nossa alma. São digitais que vão se imprimindo e nos tornam o que somos.
Certos traços não se preservam em nós e é uma ilusão crer no "pra sempre". Não há formas estanques em qualquer forma de vínculo ou relacionamento e como somos criaturas mutantes, transcendentes e irremediavelmente impermanentes, nenhuma forma de laço pode manter-se intocada. Há uma transitoriedade desconcertante na vida.

Há estações diferentes, que exigem roupa , comportamento e alimento adequados. Assim é o trânsito da vida com as tantas pessoas que aprendemos a amar e "conhecer" em suas cirucunstâncias. Nem sempre vai haver o encontro sincrônico das linhas imaginárias ( vidas) que conduzem a uma única e definitiva sentença.

O conceito que aprendemos com a Tia Suely na segunda série não passa de um embrião que vai passar por inúmeras fases de desenvolvimento cada vez mais distantes do absoluto, mas o fato é que é o componente mais importante , o que nos constrói, por estar presente em todos os outros (componentes).

É dele que vamos extrair elementos para apreciar e aquilatar toda e qualquer circunstância. É no entendimento da amizade que vemos nascer pressupostos como respeito, afeto, compaixão, honestidade e todos os que vão significar nosso existir.

Segundo Merleau-Ponty "as formas (....) uma síntese da natureza e da idéia, e são conjuntos de forças em estado de equilíbrio ou de mudança constante, de tal sorte que lei alguma pode ser formulada em relação às partes tomadas isoladamente, cada vetor sendo determinado, em grandeza e direção, por todos os outros."

Mais ou menos por aí funciona esta relação simbiótica entre os seres vivos e que é tão preeminente e saudável quando vivida à luz do respeito e da liberdade.

Este texto não tem owari- 終わり (fim), para usar outra expressão Kanji, assim como os laços que podemos construir ad-eternum. É preciso estar aberto para formar elos, desconstruir e reconstruir definições de nós mesmos em face do todo e cada parte.
Elos abertos by melind@
beijo

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Bigrivertown no mapa do artista.....








Tudo que vai volta, certo? Ao menos é o que parece!!

Este final de semana tive notícia de que um pequeno gesto meu contribuiu(ainda que infinitesimalmente) para que Bigrivertown, mais especificamente o Esporte Clube Rio Grande, tivesse suas cores representadas em uma instalação de arte que está no Rio de Janeiro. A camiseta emprestou suas cores à obra do artista contemporâneo Julio Leite.

Há uns bons anos um amigo que é artista plástico(paraibano) e que coleciona estas peças( camisetas de pequenos times de futebol do interior) me pediu que lhe enviasse uma camiseta do Esporte Clube Rio Grande. Meu amigo encantou-se com as cores e a estética da camisa e, apesar de discordar quanto a este quesito, enviei-lhe com todo gosto.

Avessa praticante e declarada a futebol e seus correlatos, confesso que não diferencio um ponta esquerda de uma trave, muito menos presto qualquer atenção ao que vestem os jogadores ou às cores que anunciam os clubes. Isto só denuncia minha confessa pobreza de referências sobre o assunto e óbvia alergia aos amantes da gorduchinha.

Recentemente a camisa do Rio Grande foi utilizada juntamente com outras tantas de vários clubes para compor um intrigante painel de cores montado com fotos, que faz parte de uma instalação chamada"Zona de Fronteira"!
A obra resultou em uma construção estética de cores e padrões egressas do espaço singular de identificação de cada camisa, jogadas num outro contexto e colocadas em perspectiva.
Olha a teoria do caos movendo energias!!

Reproduzo aqui um pequeno trecho do texto de Kátia Canton sobre a obra:

"PORTA COR, PORTA SINAIS"
por Kátia Canton

Tomemos como ponto de partida a idéia de que o artista Julio Leite, ao escolher para seu trabalho um cenário anônimo, não determinado, utilizou um espaço, e não um lugar. Mas, por outro lado, pelo fato de ter transformado esse espaço anônimo numa moldura para abrigar um projeto conceitual e esteticamente organizado, o artista passou a territorializá-lo.

(...)
No trabalho de Julio Leite, as camisas de times de futebol portadas pelos corpos, registradas nas fotografias, mostradas em seriação ou projetadas nas paredes, tornam-se flashes, instantes, onde se alterna o anonimato do corpo comum com a singularidade do corpo que porta uma certa cor, um certo emblema ou número.
(...)
Aqui, o artista parece nos colocar mais uma questão: na repetição e no acúmulo dessas padronagens e cores, seriadas através das fotografias, seria possível apagarmos a idéia do futebol e dos times e focarmos apenas na dimensão formal e cromática, transformando aquelas imagens num grande quadro abstrato?

(...)
É interessante pensar que no projeto contemporâneo de Julio Leite, as duas leituras se tornam possíveis. Por um lado, as camisetas de futebol, mesmo sem o reconhecimento imediato dos times e pelo simples fato de conterem números, cores, marcas e emblemas organizados formalmente, tornam-se “porta sinais”, à medida as remetem à condição de uniformes esportivos.
Por outro lado, repetidas exaustivamente com a ajuda da máquina fotográfica, elas se tornam superfícies cromáticas, livrando-se momentaneamente de sua carga simbólica. É nesse momento que se tornam apenas “porta cores”.

Essa simultaneidade parece assinalar a coexistência de aspectos formais e simbólicos, entremeados e misturados na condição da obra de arte contemporânea

*Katia Canton é PhD em Artes Interdisciplinares pela Univesidade de Nova York e livre-docente em teoria e crítica de arte pela ECA USP. É professora-associada e curadora do Museu de Arte Contemporânea da USP e autora de vários livros sobre arte e histórias

Beijo
infinitesimal
da melind@

domingo, 18 de abril de 2010

Um outro filme......ADAM

Já na primeira cena me identifiquei. Minha Alice( do país das maravilhas) abriu os olhos e fitou a tela fixamente. Poderia ser também meu "Pequeno Príncipe" .
Encontrei o olhar de "Adam", o ator inglês Hugh Dancy, protagonista do drama( encontrado no gênero comédia), já na cena seguinte. Distante , seu olhar procurava algum ponto no vazio, como se estivesse lendo, enquanto a terra cobria a cova onde fora enterrado seu pai. Arrebatou-me.
Sou definitivamente estranha!
Observar e identificar sentimentos em pessoas e limitar áreas de interesse. Tarefas árduas para qualquer mortal, especialmente para um portador de Síndrome de Asperger. Nosso herói é Adam.
Achei tocante a forma como a história se desenvolve e várias situações comoventes e intensas na medida.
Há um momento em que ele não consegue abrir a porta para ir ao encontro da vida.
Sabe mesmo aquele lance que o deixa paralisado e não consegue agir? Não consegue sequer se mover! Lá estamos nós, conduzidos pelo diretor Max Mayer.
Há uma cena maravilhosa com um planetário na sala de estar. Nosso apaixonante Adam é de uma inteligência bastante acima da média e brinca com as teses sobre a expansão do Universo.
Nesta metáfora bem conduzida está o , aparentemente frágil jovem que vive fora do ar, literalmente entre a intimidade do mundo da astrofísica e a emocionante descoberta de doces guaxinins no Central Park. Outra cena linda.
Demitido e perdido nesta galáxia estranha chamada mundo, nosso amigo vai ter que enfrentar o desafio de sobreviver. Sem as armaduras sociais e falando apenas a verdade ele nos conquista.
Uma roupa de astronauta no meio da sala. De repente o amor de alguém sem preconceitos e disposta a aprender com o diferente. Enfim, dois malucos no melhor sentido.
O filme aborda a solidão e o isolamento a que todos estamos de alguma forma acometidos, aspergerianos ou não.
Eu amei!!!
beijo
de verdade
da melind@

    Fio  Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...