sábado, 15 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ponto de vista.....

Veja o mundo sob o meu ponto de vista.......

Procura-se viva ou morta !


Porque será que as baratas nunca morrem? Pelo menos as que conheci ( pelo menos na minha memória)!
Por mais que a experiência e a razão indiquem que tudo acabou, sempre fica aquela sensação de que há algo mais terrível por trás do aparecimento de uma barata. É a espécie mais nojenta que existe e confesso que é a que mais me perturba. Tenho pavor de baratas, principalmente se for depois das 18h.
Isto porque é a hora que elas se combinam e saem às ruas como zumbis famintos , tomam conta dos espaços, do lixo e começam a procurar portas distraídas para passar por baixo. Procuram humanos como eu pra aterrorizar.
Hoje pela manhã a primeira criatura que eu visualizei quando fui até a área foi um indivíduo biltre desses . Estava lá, com cara de morta. Saciada da farra noturna. Fiquei pensando quem teria feito o serviço.
-Betina? ( a descamisada)
- Stuart?
Silêncio.
Quem sabe um inseticida, algum veneno?
O fato é que eu peguei uma pá e fui juntar aquela poça de excremento da minha vida. Quando me aproximei a velhaca começou a mover as patas, primeiro devagar, depois rápido.
Minha intuição disse que eu deveria dar-lhe uma chinelada e desintegrá-la, assim não poderia mais existir por falta de corpo. Imaginei toda aquela meleca nojenta saltando e empesteando tudo. Mas depois me acalmei e pensei comigo.
- É só paranóia! Ela está envenenada e praticamente morta.
Juntei a coisa com a pá e joguei na lixeira.
Saí dali com a sensação de que não havia agido corretamente, mas não me dei por vencida. Não ia sucumbir a um pensamento histérico, era só uma barata. Um inseto. Uma espécie inferior, primitiva, escorregadia, uma vadia traiçoeira e que nunca morre.... (e eu coloquei ela no lixo, no meio da comida, foi como Popeye e o espinafre)
Voltei até a lixeira, abri e ? Onde estava a descarada?
Eu não poço acreditar que fui tão inábil. Como posso ter sido tão ingênua?
Revirei o lixo enojada e já disposta a tudo!
Nada.
Olhei para aqueles dois inúteis peludos.
-Para que servem vocês afinal? Não sabem latir mais? Não sabem caçar mais? O que houve com o instinto selvagem? Andaram assistindo demais a história de Elza? -Ambos apenas me olharam de forma complacente :
- Histérica! Controle-se!
- Eu sei que meu senso de realidade está afetado. Meninos eu sei que não há diferença entre uma barata e uma joaninha. Tudo é diversão. Não é mesmo?
Corri até o armário. Rodóx, Mortein, eu ainda sou do tempo do rodóx. Qualquer coisa definitivamente letal, lenta e dolorosa. Saí impregnando tudo de veneno . Pensei até em passar na pele e beber um pouco para evitar dissabores futuros.
- Grito!
O fato é que agora não adianta se arrepender. É um fato consumado . Pensei que deveria aproveitar a oportunidade para ir fundo na questão. Enfrentar meu medo, melhor , meu pânico, meu pavor, horror, ojeriza......desespero......
- Grito!
Pesquisei sobre o ser abjeto e tentei descobrir algumas coisas que podessem servir para jogar luz no poço. Como uma mulher do ano 2009, que faz depilação com cera e terapia pode ter medo de baratas. Resolvi tratar o assunto de forma profissional. Levantamento da situação.

Abaixo algumas informações sobre o inimigo. O fato sugere medidas extremas:

1.Várias espécies se tornaram resistentes aos inseticidas.
2.Como as baratas comem lixo e restos, elas podem espalhar bactérias;
3.Quando elas andam, deixam rastros de fezes, que utilizam para encontrar o caminho de volta;
4.Além de serem espessos, esses rastros podem causar manchas e odores
5.As proteínas na saliva e nos restos da barata também podem causar alergias e agravar a asma;
6.Pode ser extremamente difícil acabar com elas. Uma razão é seu comportamento natural(agilidade e rapidez);
7.Como elas são noturnas, muitas pessoas não percebem sua presença até que sejam tantas que acabaram sem lugares para se esconder;
8. Embora existam milhares de espécies, apenas estas (grave bem o nome das meliantes)infectam nossas vidas:
Blatella germanica, a barata alemã,Periplaneta americana, a barata norte-americana ou barata de esgoto,Supella longipalpa, a barata de listras marrom,Blatta orientalis, a barata oriental.


Agora a parte boa. Ame uma barata...

1. Elas já trabalharam brilhantemente em Joe e as baratas;
2. Apesar da reputação ruim, as baratas são uma parte importante de muitos ecossistemas;
3. Embora algumas sejam perturbadoras, a maioria só quer cuidar da própria vida( ao contrário de muitas de suas amigas); (jura)
4.As baratas são fascinantes. Elas são insetos primitivos - existiam milhões de anos antes dos dinossauros e evoluíram muito pouco desde essa época;
5.Elas ficaram com problemas de relacionamento com outras espécies porque ganharam aquele corpo magro , horroso, sem peito e sem bumbum ;
6.Perto dos resíduos gerados pelo homem, as baratas são politicamente corretas, praticamente um Green Peace ( um documentário sobre suas vidas faria mais sucesso do que o do All Gore);
7. As baratas são seres cosmopolitas, modernos e podem dar uma lição de superação ao longo de sua história como sociedade;
8. Alguém tem que fazer o trabalho sujo, ou melhor, comer seu lixo;
Considerando prós e contras, como diz o ditado "no amor e na guerra vale tudo"!
Afinal, estes insetos repugnantes vivem cruzando meu caminho, como na saga Kafka-lacraia-e-metamorfose.

Procura-se viva ou morta !

Em cartaz, ele......

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Momento catártico.......


...... Outros buscam a mudança, querem mudar a si mesmos completamente, e para consegui-lo precisam atravessar a noite, penetrar no deserto e talvez deixar que o vento seco e abrasivo da mudança sopre através dos seus corpos e limpe as suas almas; deixar que o deserto os reeduque para coisas elementares. De todo modo, eles vieram, os mergulhadores do deserto, de suas diferentes origens, cada qual ansiando por um pedaço dessa experiência, todos apontando para o mesmo centro, para o Saara, a determinação mental e coragem dependendo do tamanho da sinceridade de cada um deles. Estariam tentando ser corajosos, talvez, para que nunca mais precisem ter medo? Será que buscavam aquilo que Bob Dylan canta em It's Alright, Ma (I'm Only Bleeding): "Você se perde, reaparece, descobre de repente que não tem nada a temer"? Ousar se perder para possivelmente se reencontrar, e ter a coragem necessária para isso, pois não se pode ter a certeza de um dia ressurgir. Quando você finalmente se entrega. Aquele momento desprovido de peso! E você terá a ousadia de realmente ser aquele no qual se torna, aquele que você não pode conhecer de antemão? ........


Copiei da Revista Piauí um trecho da Carta da Noruega, edição de Maio de 2009. "A busca noite adentro" de Per Petterson .Imagem ídem......

Sopa de letrinhas..


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Acho um tanto estranhas duas manias que me acompanham durante a vida, pelo menos desde que tomei consciência de minha existência. Uma é a de contar quadrados e quadradinhos em salas de espera e lugares afins. Revestimentos de banheiros , repartições públicas , calçadas e até quadros nas paredes entram no cálculo .


Assistindo ao filme " Melhor Impossível", no personagem do excepcional Jack Nicholson, resolvi rechaçar esta prática. Começei a oferecer resistência. Na época o "toc" ainda nem estava na moda. E a minha mania era praticamente um ritual de família. Tias, primas e avós praticavam. Na verdade foi ela, a mania, que acabou me abandonando, embora às vezes eu não resista e conte uns quadradinhos pra não perder o jeito, só não me preocupo em ter que terminar toda a contagem.

Uma diversão, assim como tem gente que adora estourar plástico bolha. Outro dia uma amiga me contou que brigou com o funcionário da transportadora que foi entregar um móvel porque o camarada queria levar de volta parte do plástico bolha que embalava a entrega e que minha amiga afirmava estar incluído na compra. Claro que ela ficou com o plástico bolha, que foi dividio com a mãe e todos ficaram felizes. Legiões de pessoas fazem qualquer coisa na disputa por um plástico bolha .

A outra mania é uma espécie de caça-palavras imaginário, no qual, a partir de frases de placas ou quadros de avisos ou afins, fico juntando letras mentalmente e construindo palavras, se possível frases. Me perco às vezes buscando significados e decifrando combinações. Fico imaginando que de repente vai aparecer uma pérola rara, uma frase , uma senha para dar seguimento à passagens ainda não autorizadas para alguma parte de mim ou da minha história que ainda desconheço. Ô delírio!

Outro dia recebi um email com palavras e frases que eram iguais se lidas de trás para frente, chamadas Palíndromos( nome horrível), tipo ovo , osso e frases como " A droga da gorda" e "A Mala nada na lama". Fiquei indignada porque nunca havia encontrado nenhum palíndromo , que absurdo!

Não gosto de perder chances. Acredito que podem haver significados ocultos, que talvez fiquem perdidos para sempre em alguma abstração que não fiz.

Eu devo ter tomado muita sopa de letrinhas e fiquei viciada. Pelo menos é melhor que pedra.

E o bom da sopa de letrinhas é que serve para quase todos os idiomas e momentos, ou quase. Imagina uma sopa de mandarin. E um comensal árabe?

Outro dia li um maluco( colunista de um certo jornal) que falava sobre sopa de letrinhas viciada. Tem cabimento? Sopa de letrinhas com censura prévia. Imagina um caldo iraniano, afegão, cubano , paquistanês, chinês. O paraíso construtor de vocábulos "ideologicamente corretos".

Entre as palavras que garimpo sempre prefiro os substantivos, porque como diz o próprio Aurélio, designam a própria substância de um ser real ou metafísico e fico mais feliz ainda se encontro substantivos abstratos como o amor.

É arrebatador encontrar sentido entre letras, encontrar partes de mim em sinais soltos em algum painel apagado ou placa informativa. É a alquimia de misturar sua substancia com algo frio e sem significado manifesto que você encontra caído pelo dia.

É um poder de criar o bordão nosso de cada dia!


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...
"Ora (direis)
ouvir estrelas!
Certo
Perdeste o senso!”
...
Olavo Bilac

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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Poesia

Dentro

estamos dentro
de um dentro
que não tem fora
e não tem fora
porque o dentro é tudo
o que há
e por ser tudo é o todo:
tem tudo dentro de si
até mesmo o fora se,
por hipótese,
se admitisse existir

Ferreira Gullar

Desordem

(...)o que escapa
ao acurado
apuro do dizer
a borra
a sobra
a escória
a incúria
o não-caber
ou talvez
pior dizendo
o que a linguagem
não disse
por não dizer
porque por mais
que diga
e porque disse
sempre restará
no dito o mudo
o por dizer
já que não é
da linguagem
dizer tudo (...)

Ferreira Gullar

Página 149 = 1+4+9 = 14 = 1+4 = 5 = A+C+A+S+O


Hoje, além de ficar monitorando uma gripe, que não é suína, e descobrir que devemos trocar a escova de dentes após curar uma gripe, eu tive um encontro com o ACASO. Escrevi em caixa alta por tratar-se de alguém por quem tenho especial admiração e apreço.

Grande cara! Tem um papel muito importante em minha vida (e na vida de todo mundo),embora esteja sempre anônimo e dificilmente receba os créditos quando acontece algo bom por obra sua.

Meu post hoje é uma homenagem ao ACASO. A cada acontecimento aleatório que mudou alguma coisa em meu caminho. A cada vez que eu deixei cair a chave e me atrasei, mas consegui chegar na hora de pegar uma vaga para estacionar. Ao buraco ou obstáculo que estava me esperando para me fazer cair, torcer o pé ou tropeçar, rasgando joelhos e calças e consequentemente me obrigando a mudar de planos.

Aqueles encontros fortuitos, nem sempre agradáveis ou desejáveis, que ocorrem frequentemente e acabam sendo providenciais.

Aquela última passagem que alguém comprou antes de mim e tive que esperar duas horas para pegar o próximo ônibus para Big River City , sendo obrigada a fazer hora e fuxicar em lugares saborosamente equipados com quinquillharias.

Aquela pessoa que você encontrou por acaso e mudou sua história e aquela outra que você só encontrou uma única vez, mas ainda assim foi determinante em alguma escolha.

Eu sei é que, as oscilações aleatórias de partículas sólidas em suspensão num fluído, causado pelo movimento caótico das moléculas no líquido acusam que o caos e suas infinitas possibilidades é responsável pelo tanto de coisas sensacionais que me tornaram quem eu sou.

Por isso, minha deferência solene a este herói quase anônimo que cuida de mudar sempre as regras do jogo, ou seja, você não está no controle, pelo menos não plenamente.

Claro, este post não teria sido " possível" se um jornalista chamado Jerônimo Teixeira ( de novo) não tivesse escrito uma resenha do livro " O andar do bêbado", do físico Leonard Mlodinow.

Meu sincero obrigado, por tudo e por todos os presentes, de grego ou não, que ele ainda vai me proporcionar.

Se não fosse pedir muito eu poderia encontrar uma sequência de números (falando em probabilidades) que fosse contemplada na próxima mega-sena e , claro ainda preciso de uma forcinha para fazer a aposta.

Também preciso agradecer ao acaso por ter deixado a revista aberta aleatoriamente na página 149.

Grata a todos os acontecimentos que conspiraram e me inspiraram para encontrar a variável e tornar possível este encontro.


" A consciência do acaso pode ser libertadora" afirma Leonard Mlodinow!


Beijo gripado da Melinda

Recebi por e mail de uma louca...

Recebi em ppt de uma irmã por afinidade e resolvi publicar. Não é apenas bonito e tocante...

"Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril. (Oscar Wilde)
Desejo menos ‘normalidade’ e mais felicidade a todos...
Menos padrão, e mais emoção...
Menos hipocrisia, e mais honestidade.
Menos exclusão, e mais justiça.
Menos preconceito, e mais aceitação.
Menos egoísmo, e mais solidariedade.
Sintam-se mais, Vivam-se muito
Aceitem-se todo
Conheçam-se em tudo...
Experimentem-se...
E complementem-se a_mando do seu coração.
Amem!
Amém."

Maria Janice Vianna(autora)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Você conhece um idiota?


As pessoas podem ser classificadas em quatro grupos, os idiotas, os que gostam de idiotas , os que toleram idiotas e os que ficam profundamente ultrajados com os idiotas. Não é necessário ser um gênio para entender o objetivo deste post. Eu atraio idiotas, loucos, desajustados e toda sorte de indivíduos esquisitos. Também atraio aqueles com idade mental igual ou inferior a 12 anos, principalmente, fase dos mestres da crueldade que será aprimorada no grande grupo durante toda a vida.
É claro que os grupos três e quatro são a matéria-prima utilizada pelos idiotas para promover suas idiotices. Quanto maior o grau de intolerância dos segmentos pertencentes a estes grupos tanto maior será o grau de diversão proporcionado ao idiota e seus asseclas. Claro que eu prefiro os idiotas requintados, aqueles dotados de sutileza e traquejo no manuseio das idiotices. Não apresentam traços visíveis.
Aparentemente inofensivos, os idiotas são egocêntricos, vaidosos e ficam enfurecidos quando não são reconhecidos ou quando suas práticas não são compreendidas. Não entender um idiota é um erro fatal.
Outro aspecto é que o idiota detesta concorrência e está sempre achando que o outro não tem corrida para fazer um bate-bola . É prepotente e tem uma personalidade manipuladora!
O bom idiota sabe usar seu talento para sair de cena "sem entender nada " do que está acontecendo quando se excede ou pisa na bola. Tem prática em trocar o assunto ou enrolar suas vítimas , os intolerantes e refratários. Nunca perde o domínio da situação.
A idiotice, ao contrário do que muitos pensam , não é apenas de origem genética, uma característica inata, ela pode ser desenvolvida e talhada pela prática continuada e pela influência dos pares. O tipo mais sujeito a ser afetado é o famoso maria-vai-com-as-outras. Torna-se geralmente uma paródia de grandes idiotas.
Os idiotas ainda podem ser divididos em sub-grupos. Os idiotas abobados, tipo os que ficam presos na maçaneta das portas, estraçalham preciosidades na casa das pessoas a quem visitam, derrubam bebida na roupa ou nos acompanhantes, entram no elevador e esquecem de apertar no andar , dão com o nariz no poste ou na porta, se enredam na própria roupa e principalmente não reconhecem uma trava elétrica.
Os idiotas inconvenientes, são aqueles que fazem você passar vergonha ao ficarem se exibindo na frente de gente de cerimônia e expõe você ao rídiculo. Contam seus segredos de alcova ( porque você foi um idiota e falou ) na frente do seu tio chato ou daquele colega pretensioso que você acha um babaca. Atendem o celular nos lugares mais impróprios e ficam falando alto. Falam de constrangimentos sem a menor cerimônia( dizem " o que é que tem"?) e provocam uma sucessão de sorrisos amarelos por onde passam. Disparam aquele pensamento :
- Idiota!!
Por fim há os idiotas inconsequentes, aquele grupo mais perigoso, do tipo que o desafia a falar ou fazer coisas que já não ficam muito bem pra gente do seu tamanho e, mesmo que você use todos os argumentos ele vai falar ou fazer alguma coisa que vai levar a crer que você foi conivente e que também é um idiota.
Existem ainda aqueles tipos híbridos que gostam de contar piadas do Joãozinho, piadas de loiras , de aleijados, tudo para ganhar audiência.
Há também os idiotas trouxas, os idiotas bunda-moles e os sem noção, espécie que mais cresce hoje em dia.
Se você deseja se familiarizar nesse universo, começe assistindo filmes ingleses, veja alguns do Jerry Lewis. Compre um poster do Tchê e continue lendo este blog.
E quanto ao objetivo do post.....

domingo, 9 de agosto de 2009

Influenza, Yeda e a curandeira de gays (misturinha)

Ontem à tarde fui a um chá na casa de uma amiga que estava de aniversário( vão achar que eu só vivo de festa) e apesar das iguarias e do serviço impecável com o qual nos obsequiou, o assunto , de mau gosto, foi o maledeto influenza. Não é possível que um criatura tão infinitesimalmente minúscula e , segundo nossa hierarquia biológica, insignificante, possa gerar tantos contratempos na vida de habitantes terráqueos "evoluídos". Ao retornar do chá estive com minha afilhada , caloura e primeiroanista de medicina, frustrada porque a universidade simplesmente suspendeu as aulas antes mesmo dos exames finais do semestre, deixando todos pendurados. Ameaças de cancelar o ano e outros terrorismos comuns. Nossas vidas estão de quarentena, parece.
Depois que a levei para casa liguei a TV e embora não estivesse assistindo , parei para ouvir a entrevista de um infectologista, creio, sobre o Influenza e as recomendações constrangidas, perante as perguntas comprometedoras da platéia e dos convidados do programa. Ninguém quer admitir que é tão sério. Ninguém quer ter que abrir mão de sua agenda de shows , teatros , programação , enfim, de quem tem vida pública, assim como os demais mortais também não querem admitir não frequentar seus pequenos circuitos. A galera não quer deixar de frequentar as festas. Os formandos não querem suspender suas tão sonhadas festas de formatura.
Acho que seguindo a tese do "unidos venceremos" as comunidades de vírus estão saindo em vantagem e apesar de sua infinitesimal inferioridade, parece que nós não estamos tão a salvo.
Isto tudo tem servido no mínimo para que eu reflita sobre aquilo que tanto costumo repisar, tudo é muito eventual na vida. Impermanente mesmo.
Imagina que um acontecimento no México se projeta para o globo e gera transtornos de tal magnitude em nossas vidas. Alunos sem aula, professores sem saber o que fazer para retomar seu ano letivo , salvá-lo ao menos, pessoas correndo para comprar álcool de bolso e evitando até mesmo cumprimentos mais calorosos com qualquer forma de contato físico.
O momento pode ser ou não um exagero, ser ou não uma pandemia, ter ou não consequências tão desastrosas, mas o fato é que é um momento ímpar. Único, nunca vivido, ainda por esta que vos tecla.
Mais ímpar do que isto, e claro, nem tão ruim, com certeza, só o pedido de "impeachment" da nossa governadora Yeda Crusius . Cruzes mesmo! Este sim, um episódio não tão raro , ultimamente, em nosso cenário político, mas que pode ser um alento , nem toda mudança ou evento desta imensa teoria do caos é para trazer o mau. Quem sabe não estamos apenas drenando as sujeiras para o seu lugar , tanto como população quanto como sociedade. Abaixo declarações sobre ação do MPF envolvendo: Jose Otávio Germano, Yeda Crusius. João Vargas, Luis Zachia, Frederico Antunes, Valma Menezes, Rubens Bordini, Carlos Augusto Crusius.
E ainda houve outra notícia que li , do tipo você ainda não viu tudo ( ou leu), sobre uma psicóloga batista carioca Rozângela Justino que deu entrevista nas amarelas de Veja e acusa " o ativismo pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo. Todos os movimentos de desconstrução social estudam( também o feminismo) o nazismo, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial" , entre outras barbaridades. Ela aparece em foto com rosto coberto como o Michael Jackson(aliás quase gêmeos) e afirma que pode mudar a orientação sexual de gays. Ah, ela recebeu o chamado do outro mundo através de um LP do Chico Buarque de Holanda. Isto dá um filme! O Hitler deve estar se revirando na cova.
Então porque eu coloquei estes três protagonistas em diferentes episódios em um mesmo post? Será que eles tem alguma coisa em comum? Será que todos atuam parasitando e contaminando seus macros e micros ? Devorando células saudáveis de nosso tecido social?( que lindo)
O que eu sei é que o mais inocente é o Influenza!

Thriller, Michael Jackson, Jung e Eu




Ontem, ao chegar em casa, após a reunião de minha confraria de amigas amantes de academias de ginástica e branquinhos com cobertura crocante, coadjuvantes em nossas revelações e descobertas para elaborar os postulados e teses de botequim, sempre malbaratados pela incerteza, é claro, para que possamos derrubá-las na reunião seguinte, ocorreu um momento insólito, que oscila entre o metafísico e o psicótico.
O fato é que , entre uma taça de vinho e outra a noite se prolongou e, como foi o primeiro encontro pós-mortem de Michael Jackson e sua passagem pelo planeta virou um "cult", resolvemos assistir "Thriller", que nos anos oitenta, revolucionou os clipes do fantástico. Lembramos o dia em que foi anunciado entre os intervalos do fantástico, em chamadas especiais e ansiosamente esperado pelos títeres da televisão( naquela época ainda não era constrangedor para o currículo assistir fantástico).
Enfim, o relógio marcava 3 horas, da madrugada, saímos da sede social da confraria, a casa de nosso membro-diretor, deixei uma amiga em casa e após quase atropelar um moto-boy que perambulava com aquela chuva pelo meu caminho, cheguei em casa.
Abri a garagem e encontrei misteriosos indícios para que minha personalidade psicopata fosse turbinada. A saber, um roliço cilindro de cinzas frescas de cigarro , acompanhado pela ponta, uma bagana sugada até o tutano. estavam na entrada.
Seria preciso lembrar que , após assistir o clip do sucessor trash do Peter Pan, o assunto passou a ser do outro mundo, cada uma narrando suas experiências com os viventes do suposto outro mundo e a seguir o roll indiciativo de filmes da hora sobre o tema, tipo " Evocando Espíritos" e " Passageiros" ( Já assisti os dois porque adoro filmes do gênero).
Enfim, aquela bagana de cigarros, ainda um enigma, tornou-se motivo para um sono " tranquilo " e reparador.
Após o encontro tão desejado com meu pijama, ainda houve outro episódio enigmático, o Stuart rompeu o silêncio da noite com latidos perturbadores e cheios de pavor.
Perambulei pelo estabelecimento esbravejando com voz tenor sussurrante:
- Tem alguém aí? Is there anybody there?
É claro, se havia alguém não poderia falar porque eu mesma fiquei falando ou porque não poderia se comunicar. Acabei indo para cama entre ruídos de estalos, ventos uivantes, sinos mensageiros e dobradiças precisando de lubrificação. Caí no sono.
Parte II
De volta à garagem, chegando em casa novamente e guardando o carro, bagana de cigarro e cinza roliça. Medo.
Quando cheguei pela área porque a outra porta estava trancada já estava dia ( olha que beleza são os sonhos, num toque, o sol) e estava tudo pintado de amarelo baunilha transparente e cintilante ( cor de esmalte), janelas, piso, lavanderia, lixeira e baldes, meu coração parou. Tudo muito real. Percebi que algo terrível estava acontecendo.
-Tem alguém aí? Is there anybody there?
As pernas eram gelatina royal, mas no suposto sonho eu continuei a ronda. A cozinha também estava toda borrada com aquela pintura , tudo lambuzado e quase seco. Pensei que poderia ser uma pegadinha.
Eu já não sabia se continuava procurando o invasor(a) ou alma penada , ou se pegava um balde com água e tentava remover antes que secasse completamente. Será que sairia com solvente?
Meu piso pintado de amarelo- Grito de horror!
Já havia se tornado um duplo pesadelo, dois em um, eu não podia nem ficar só com medo. Sacanagem!
Cheguei finalmente ao banheiro ( por que o banheiro?) e lá estava ele( música de "Psicose"- Alfred Hitchcock ficaria humilhado),um sujeito moreno , bem moreno (em homenagem ao Michael Jackson dos Jackson Five), com dois metros de altura e macacão de mecânico.
- Quem é o senhor? O que o senhor está fazendo? Who are you? What are you doing?
- Trabalhando ( deduzi)- resmungou- no sonho os mortos não falam.
Ele apenas balbuciava palavras ininteligíveis e continuava andando pela casa com aquela trincha e o balde com a mistura original de esmalte de unhas e têmpera aguada. Tudo pintado. Que horror!
Ele não falava, mas eu entendia tudo. Sinistro.
Aí tentei oferecer ciquenta pratas para ele limpar tudo, mas felizmente os celulares tem alarmes para avisar que a bateria está fraca e eu fui salva.
Demorei um pouco para acreditar que estava dormindo em minha cama e que era a mulher mais feliz do mundo.
Juro que nunca mais vou dizer um palavrão quando o alarme da bateria do celular tocar no meio da noite.
Este certamente é um pesadelo para ser desvendado pela "Teoria Psicanalítica" de nosso mestre Carl Jung.

(*) Ainda deduzi que a bagana de cigarro eu pedi emprestada no filme" Ele não está tão a fim de você"(He's Just Not That Into You), se você assistir vai descobrir. Aliás o filme é ótimo, um compêndio de sabedoria que todas as mulheres deveriam assistir, pelo menos três vezes. Razão para um post, quem sabe.

    Fio  Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...