Buenas, mais uma vez estive lá, no meio da ficção dentro da ficção. A vida em primeiro plano e o cinema em segundo plano , imitando a ficção da vida. Cada vez que encontro um ser solitário, generoso e claro, que esconde uma criança aparentemente indefesa, me derreto. Uma daquelas de mim está lá.
No último sábado assisti novamente o filme , Wall-e, que agitou uma de minhas Melindinhas.
Os ingredientes eram um robô compactador, uma barata e a imensa capacidade de se encantar com os menores vestígios de uma civilização.Naquele cenário desalentador formado por ruínas e sucata velha Wall-e engendra uma intensa rotina, semelhante a de alguns bilhões de seres que conheço. Uma rotina solitária em um mundo só seu. Muito inteligente, muito bem pensado. Um robozinho com um grande coração de lata, cheio de amor e coragem que se traduz ao mesmo tempo em super-herói quando vai resgatar os gordos e alienados humanos de suas prisões digitais virtuais, devolvendo-lhes a humanidade e a simplicidade de um toque de mãos e de uma deferência cotidiana e também se traduz em alguém verdadeiro o suficiente para não ter medo das próprias escolhas, como uma criança não teme revelar-se simples, bizarra, tosca, ingênua , errada ou certa.
De quebra há ainda uma singela história de amor com Eva, uma robô pós-moderna, versão de fibras polisofisticadas da Angelina Jolie, e que foi seduzida por uma barata, um isqueiro, um clássico musical gravado em vídeo e principalmente pelo amor mais genuíno e abnegado do nosso robozinho. Como toda a criança,Wall-e não teme entregar-se ao amor por Eva, mesmo tomando repetidas negativas e muito menos teme sacrificar-se por suas escolhas, sendo fiel à seus princípios , ou sua diretriz.
Significa dizer que há um mundo dentro da simplicidade. É possível criar um mundo imenso e rico com muito poucos ingredientes. Alguém disse por aí que os ingredientes da vida são sempre os mesmos, o que faz a diferença são as pessoas.
Eu me nego definitivamente a crescer.
Beijo(..........)
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