domingo, 11 de outubro de 2009

Crepúsculo:entre o nascer e o por do sol eu cheguei e os astros estavam lá olhado...

Eu nasci sob o signo de Áries, com ascendente em Capricórnio, mas passei a minha vida quase toda achando que era ascendente em Sagitário. Foi por causa de um equívoco com a hora do nascimento e com o ano bissexto. Outro equívoco foi acreditar em histórias da carochinha e em destino astral. Cheguei a fazer um mapa astral uma vez. Muito tempo isto. Veio encadernado e cheio de desenhos lindos. Foi o que mais gostei, da estética do trabalho. Tive vontade de reproduzir aquele negócio em tamanho painel e colocar numa parede. Era lindo. Uma obra de arte. Aliás, se ali estivesse traçada minha vida, ela seria algo muito acima de minhas expectativas. A visão era uma viagem às profundezas de minha imaginação.
Símbolos prolíficos, dezenas deles, fecundavam o terreno que eu mais pisava. Delírios magestosos.
Profunda e silenciosa, a rota do meu suposto destino era um escândalo. Quanto ao texto, as conjunções e oposições não tiveram qualquer significado que fizesse sombra àquelas imagens mimetizando a dimensão do metafísico que eu não queria traduzir para a literalidade de jeito algum . Eu queria apenas pressentir o que viria pela frente e deixar que aquele amontoado de linhas entrelaçadas correspondessem a dimensão dos meus projetos. Eram como uma teia que fora iniciada para que eu continuasse tecendo. Eram como o nó sem fim, que vai entrelaçando"ad eternum" todas as frequências sintonizadas e captadas pelo meu campo de força e ação. Um prenúncio da quantidade de vezes que o meu foco perante a vida iria se multiplicar.
Eu estou me livrando de coisas inúteis e afinal cheguei ao mapa. Com o perdão do zodíaco, preciso mandá-lo para alguma reciclagem.
No meu ponto de vista ele já cumpriu seu papel.
A foto instantânea do firmamento na hora do meu nascimento ( coisa solene) como se define o livro com meu nome na capa, cheia de sextis, trígonos e quadraturas me rendeu pensamentos psicodélicos.
Com destaque às efemérides, que deixam revelar como os astros se curvaram perante o ocaso real deste astro que escreve no Moksha.
Brincadeiras à parte, o fato me fez lembrar da grandiosidade e dos detalhes matemáticos que envolvem o tempo-espaço da nossa passagem neste planeta.
Como disse Goethe:
" Assim como a posição em que o Sol se encontrava para saudar os planetas no dia em que nasceste, assim te desenvolveste, desde então e pela vida afora, obedecendo a lei pela qual entraste no mundo. É assim que tens que ser, não poderás fugir de ti mesmo, como já diziam as Sibilas e também os profetas; nem o tempo e nenhum outro poder há de desfazer uma forma moldada que, vivendo, se desenvolve"
Um beijo profético da Melinda

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