sábado, 9 de maio de 2009

Encontrando Wally II..

Sou fissurada em filmes de super-heróis, de todas as espécies. Do Scooby Doo ao Batman, do atrapalhado Herói por acidente ( personagem de Dustin Hoffman) ao Fox Molder de Arquivo X( uma versão de herói modelo standard). Há pouco tempo assisti o último Batman e resolvi assistir novamente o primeiro desta série ( O cavaleiro das Trevas). Adoro. Fico lá com os olhos vidrados e as sobrancelhas arqueadas, sorriso idiota congelado. Nitroglicerina pura. Reencontrar Gottan City, o comissário Gordon ....e o Alfred ( com Sean Connery ,irresistível, claro) mexeu com meu instinto de salvar o mundo. Meu imaginário, minha infância povoada de criaturas generosas. É o bem contra o mal, como se tivessemos que escolher de que lado estamos ou como se fossemos bons ou maus, como se só houvesse a opção A ou B. Facciosamente.
Nossa bat-caverna é o reduto onde deixamos nossa identidade secreta. Nosso herói anônimo. Quem é este herói anônimo?
Há um toque de fetichismo de certa forma, são justamente estereótipos construídos ao longo de nossas vidas. Crenças. É como negar a natureza ambivalente de nossa personalidade ou ainda, acreditar que alguém é mau por opção , por convicção. Seria possível ser completamente bom? Absoluto? Para isso criamos deuses e demônios, ormuz e arimã, positivo e negativo. Alienamos nossos super poderes para criaturas irreais...Será?

Revendo os conceitos de bondade, generosidade percebe-se que são conceitos discutíveis em suas circunstâncias.Toda a atitude tem mais de um aspecto...certo? De quem pratica e de quem sofre(se houver um destinatário da boa ação)suas consequências, no mínimo.
Premissa 1 : As ações más não são as pessoas más. Parece que não conseguimos separar as pessoas de suas ações . Eis uma questão. Os vilões que moram nas pessoas são sempre indivíduos frágeis , medrosos que se protegem atrás de uma casca assustadora.O fato é que não há consciência real nas atitudes erradas.

Premissa 2 :Uma coisa é estabelecer uma regra que determina que tal ação está errada , outra absolutamente diferente é chegar a consciência , à convicção íntima e verdadeira de que uma atitude é errada. Como diria Otto Lara Resende, se não há escolha ( e acrescento escolha consciente) não há virtude. É preciso uma dose de coerência entre razão e sentimento. É onde quero chegar. Não adianta decorar o manual do escoteiro se o cumprir das regras só obedece ao código ético e moral.
Não estou avaliando o mérito , ou seja, certo , errado , consequências, punição ou não. O retorno dos atos e fatos sempre será válido, como uma forma de re-significar a vida, revisitar conceitos , enfim , a dor ensina a gemer não é mesmo! Augusto Boal ensina que quando ensinamos aprendemos novamente, reciclamos. Precisamos ser autodidatas em nossas próprias histórias.
Despertar a consciência é um processo lento e gradual e, muitas vezes, a vida precisa dar umas bangornadas mais sérias para fazer a criatura que nos habita acordar. Acordar hein! Wake up!! Acorda hombre!!
As leis físicas, as leis universais, as leis humanas, enfim, as sinucas de bico da vida são destinadas a promover a descoberta da nossa própria verdade. Ponto.
Meu herói interior nada mais é do que o instinto de querer acreditar nas pessoas, na vida, na beleza, no certo.....no bem em suas circunstâncias, digo, sendo ainda humanos e praticando pequenos atos heróicos cotidianos, vencendo nossos próprios dragões e monstros interiores ou....aprendendo a aceitá-los e amá-los. Abaixo a eugenia sócio-cultural-pseudo-emocional na busca de um novo arquétipo do terceiro milênio.... Sejamos apenas humanos.




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