sábado, 16 de maio de 2009

Eu , Kafka, a lacraia e a metamorfose...


Eu sempre gostei de escrever, rabiscar , enfim aprisionar o pensamento em sinais com suas múltiplas combinações. A palavra enfim. Algumas coisas só escrevo com caneta e papel, outras digito. Manias. Um dos atuais veículos que uso é um caderno que ganhei como presente da minha " filha de leite", quando ela voltou do intercâmbio na República Tcheca! ( uma outra história)
Então... nada mais tcheco do que ele, o Kafka. A capa é uma ilustração muito própria na qual ele sai das sombras e caminha em direção às luzes de uma cidade, Praga! Como se tivesse encontrado respostas para seus tantos questionamentos. Dá até a idéia de estar indo revelar algo..Não preciso dizer que é muito inspiradora e faz uma alusão clara à solidão que vivemos em nosso íntimo, com nossas únicas e intraduzíveis experiências. A imagem de capa é uma forma iconográfica de percepção da solidão.
Pois bem, pensando na centopéia do meu último post, lembrei na hora da obra "metamorfose" do kafka, obra em que o personagem Gregor Samsa se percebe uma insignificante barata, nojenta e repulsiva, nada mais do que isto. Como a Susan lacraia, repugnante e desprezível. Associei até aos meus pesadelos! Argh!
O Gregor vai desistindo de si mesmo e se perdendo de seus últimos vínculos até o isolamento e a morte. Morte esta que significa a liberdade de todas as coisas que o mundo lhe impunha, o desapego talvez, de forma fria e mordaz!! De certa forma ele sintetiza um todo de opressões tão atuais que nem parece que estamos vivendo em um futuro então inimaginável para o autor. Acho. Uau...
Nunca apreciei Kafka, aliás, na época em que ele era moda eu ainda estava abduzida pela alienação completa. Hoje, digamos, a alienação é parcial. Sempre achei suas obras pesadas e angustiantes, mas sem dúvida são de uma atualidade desconsertante...........Uau!!
É impressionante como as coisas vão despencando umas sobre as outras e acabam virando um post, uma idéia, uma janela, enfim........

"Entre muitas outras coisas, tu eras para mim uma janela através da qual podia ver as ruas. Sozinho não o podia fazer." ???Franz Kafka

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