sábado, 27 de junho de 2009

Pessoas são gatilhos: fogo!!


Assistindo ao filme Divã, baseado no livro homônimo, da Marta Medeiros, diria que é uma homenagem às mentes "vivas" e inquietas. Mercedes, impecavelmente interpretada pela atriz Liliam Cabral, me fez atentar para o fato de que as pessoas que orbitam , transitam e atropelam nossa distância entre dois pontos, nosso espaço entre o nascimento e a morte( como declara a própria personagem), são como gatilhos que nos disparam, detonam um projetil , arremessam um pedaço de nós para fora. Nos revelam enfim.
São testes seriados, uns miminhos embalados pela vida, de todas as maneiras, cores e formas .Planejadas, ao acaso e surpreendentemente autênticas, genuínas, legítimas, as experiências nos criam, nos tornam tão diferentes, mas tão iguais nesse intervalo de tempo que chamamos vida .
O que importa é o propósito , um conjunto de ligações e religações conjugadas, acompanhadas de reorganização, retomada, originando novos ciclos. Reciclar.
Ficamos combinados assim, uma tese que nunca se conclui, apesar das sucessivas defesas.
Altera-se nossa organização interna, etérea, externa. Por ilaçao somos plasmados ao novo. Coisa doida.
Somos latentes espaços de volume infinito sem nenhum limite, passíveis de múltiplas combinações.
Confesso que a personagem do livro pareceu-me mais contida e até mesmo fria no manejo das suas relações . Talvez eu a tenha contido em meu próprio limite, dado a ela as cores e formas que conheço. A atriz construiu uma criatura mais a flor da pele e dotada de uma verdade invejável ( até um pouco incômoda). Poucos conseguem o tom da autenticidade e maturidade conferidos pelo José Alvarenga(diretor) e pela atriz Liliam Cabral à personagem Mercedes.
Como diz a própria Martha o Divã virou um case e pode servir de pano de fundo para inúmeras espetáculos.
O fato é que eu gostei muito e senti que me esquadrinhei, me insurgi, me identifiquei!!
Novos elementos vem a cena no diário de Linda O'Mahley!
Beijos modificados da Melinda

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