sábado, 18 de julho de 2009

Uma estação

As segundas saltam largas para dentro dos entediantes domingos. O tempo imenso das horas se funde num lapso de segundos ,como em um sono cuja madorna de minutos proporciona intensos e longos episódios incompreensíveis, rascunhos enviados por nossas memórias e nossa vida subjacente, a ocultar um outro de nós.
As frases se repetem, os sorrisos se solidificam, as mágoas se tornam cicatrizes, carregadas e estampadas como troféus.
Os dias parecem plágios de um filme ruim, onde tudo é previsível, exceto pelos comerciais, propagandeando novos anestésicos, alucinantes e alientantes, que podem nos conduzir de volta à superfície, ao mesmo , a muito mais do mesmo.
O cinza invadiu as coisas, as pessoas e as ruas .A neblina sufocante só permite alguns focos de calor e cor, que surgem como manchas, pequenas nódoas num porta-retratos.
A sensação que fica é a mesma , uma lacuna, uma palavra que faltou para completar a frase. Aquela palavra que promete que significaria o que de fato não significa, compensada pelo esquecimento ou pela vontade de fazer sentido.

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