sábado, 3 de outubro de 2009

O que tenho a dizer - Parte I

Eu preciso muito aprender o silêncio, silenciar, fechar as janelas e contemplar o mundo segundo melindabauer. Tipo fazer nada, pensar nada e ouvir nada.
Cada vez sobra menos tempo( se é que sobra)para estar só e pensar, livre de qualquer forma anômala de interferência. Aliás eu entendi que é preciso aprender sempre e muito a respeito de nós mesmos. Talvez nunca seja possível conhecermo-nos por inteiro, é uma conquista para toda a existência e em toda a magnitude da palavra existir( o que não é o caso de todos). "Penso, logo existo".. Lembra do Descartes? Será que ele pensava de quem são os pensamentos que se pensa?
É certo que precisamos aprender a construir este espaço nosso, íntimo e pessoal.Habitualmente sempre tento acabar meus "deveres" para então poder optar por fazer "coisa alguma", talvez fosse melhor colocar " coisa nenhuma". Isto ultimamente( desde a última glaciação) não acontece! Não existe "coisa alguma" no mundo moderno, exceto se fizer um furo no meio da testa e migrar desta para a "melhor" (duvido). Ponto final ou coisa similar.
Só para exemplificar, há os emails para ler( e olha que você nem abre todos, a maioria deleta), os blogs eleitos para dar uma lidinha . Há as notícias para ficar informado sobre que famoso morreu hoje ou se o Zelaia é mais golpista que o rei, tem todas as leituras que não podemos viver sem e estão lá empilhadas por "falta" de tempo.

Existem as tarefas do mundo comum, como comer, dormir, trabalhar, vestir, banhar-se. Atualmente também deve-se cuidar da forma, portanto tem as horas da academia e ainda as horas para cuidar do equilíbrio e da transcedentalidade na vida.É preciso ser social e bordejar por aí , ir ao cinema para ver aquele filme que todos comentaram. Nós mulheres ainda temos o cabelo, as unhas, a depilação, a maquiagem, que não são peruagem. Sempre tem também, uma gaveta para arrumar, uma prateleira desorganizada, alguns recibos de contas para arquivar ou quem sabe uma comprinha para fazer. E então?

Basta sair à rua um dia em estado de natureza e não vai faltar quem pergunte se está doente ou com algum problema grave. Se faz a produ ninguém se importa, mas se fica atirada nas chinelas?! Enfim, tem ainda o passeio com o cachorro e outros zilhões de tarefas que eu poderia ficar escrevendo até a próxima encarnação.

Ainda assim não acaba aí!

Esta semana, por exemplo, eu aprendi duas três coisas sensacionais a respeito de mim mesma.Pode ate parecer que eu estou debochando, mas é assunto da maior seriedade.

Primeiro , eu descobri que um livro pode ir para a estante e sair dela quantas vezes for necessário, sem que se perca o teor da tarefa ou da leitura.

Eu explico, por ser uma pessoa que sempre usou o rótulo de desorganizada, eu usei este modelo sem nunca me preocupar em analisar. Talvez porque sempre houvesse alguém para colocar no lugar aquilo que eu havia tirado. Sempre fui a maior inimiga da ordem. Até saio em defesa da desordem plena por vezes. Enfim, o fato é que eu fiquei em êxtase ao dar-me conta de que poderia guardar um livro que ainda estou lendo e depois voltar a pegá-lo quando fosse voltar a ler!! Isto pode ser estendido às demais coisas e objetos do dia à dia, como roupas ,acessórios e toda sorte de quinquilharias. Existe vida depois da organização!Isto passa uma excelente mensagem `a sua mente sobre você.

A segunda coisa que aprendi, e não menos importante foi que cadernetas de anotações podem ser usadas até o fim e uma de cada vez. Eu tinha e tenho dezenas de cadernetas em uso e perdidas em bolsas e gavetas. Ou seja, inúteis para a finalidade inicial a que se propunham. Descobri que elas podem ser úteis na organização de idéias e até do dia a dia , como acessório da agenda, que eu também anoto mas nunca abro para verificar o que programei para o dia.

A terceira grande descoberta da semana foi que caixas , arquivos e porta-canetas servem para, respectivamente, guardar coisas, guardar documentos e papéis e organizar canetas e lápis. Isto não é incrível?

Sinto que vivi em estado de demência profunda até esta semana quando finalmente olhei um pouco o mundo a minha volta .

Sim, não é preciso ser oito ou oitenta. O livro não vai fugir se guardar na prateleira da estante. A caneta não vai se perder se largar no porta-canetas. O mundo não vai acabar se não realizar todas as tarefas escritas no manual do escoteiro moderno.
Não vai ser feliz para sempre porque o para sempre sempre acaba. Só por agora já está de bom tamanho...
A vida não vai acabar se não vivê-la toda num dia. Dá para guardar um pouco para amanhã e depois e quem sabe um pouco mas adiante.......
beijo organizado da Melinda

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