terça-feira, 29 de junho de 2010

Bons mestres....

Não há nada que eu mais "inveje"( no bom sentido é claro e deus me livre ser invejosa!!) do que a ousadia e a espontaneidade com a qual alguns aportam sobre a própria vida(é claro que a diferença para a grosseria é a leveza, leveza e leveza). Eu venho ensaiando este texto desde que começei a achar que estava ficando adulta e nem sei muito bem quando foi isso, mas há um ingrediente dissente, discordante presente no meu cenário.
Decidir entre o que é indiscreto e invasivo e aquilo que é apenas espontâneo ou autêntico parece um talento apenas de alguns. De resto é como uma oração sem sujeito, tira a verdade e o sabor do episódio.
O bom senso de oportunidade é algo muito difícil de definir e talvez a coisa mais tênue entre os dedos. Ser oportuno e não ser chocante ou invasivo.
Eu, às vezes , me sinto como um programa de rádio AM em edição ao vivo, fico vertendo todos os meus erros e tentativas e quando não estou fazendo isso sinto-me uma impostora(ausência de substância), mas é necessário estar no controle porque isto faz parte do script. Afinal, somos os micos adestrados e formatados para caber num comercial de margarina.
O que me despertou esta pequena e boa frustração foi um trecho de uma entrevista( ou a entrevista toda) de Fabrício Carpinejar ( para revista Veja) onde ele declara inúmeras coisas sensacionais entre as quais selecionei "mas, com o tempo, aprendi a me reconhecer feio e isso me deu liberdade. Se sou feio, vou me inventar, vou escrever. Aí, comecei a rir de mim. Se sou uma piada, eu vou contar a piada. Não tive mais medo de ser patético, de ser ridículo."
Acho que não preciso dizer mais nada...fico por aqui?
O poeta do Twitter como vem sendo designado, afirma ainda que a poesia o ajuda a se definir..
Como eu já sabia...a verdade sempre fascina! Fazer poesia com o lugar comum, real e trivial é algo deslumbrante e apaixonante justamente por ser sincero e autêntico. Contar a própria piada assim a sangue frio é para poucos.
E para encerrar ele radiografa a minha alma dizendo "Minha vida é um atrito diante das outras vidas. Eu vivo recuperando o que é meu nos outros. E vivo devolvendo o que é dos outros que estava em mim. É esse jogo de comparações."

    Fio  Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...