domingo, 19 de setembro de 2010

Olhos abertos....que nem tudo vêem..

Hoje eu assisti a um pôr de Sol maravilhoso. Destes que só vemos quando os olhos estão abertos, mais do que abertos, despertos. O tempo estava meio lento, como se tivesse deixado suas partes caídas pelo caminho e eu olhando.


Enquanto eu conversava uma parte de mim ficou ali sugada por aquela luz de Sol. Uma parte se entregou àquele momento impermantente. Nos fundimos.


Logo que a noite chegou eu já estava de volta a Bat Caverna e o céu estava lá, sublime, com uma única estrela a exibir-se como um diamante raro. Ela dominava a cena.


Parei, ainda que com um tanto de frio e percebi que embora houvessem outras tantas estrelas ao redor, aquela era o foco.


Como cada um de nós, estranhas criaturas com o foco voltado para si mesmas a ponto de não conseguir identificar o que está a volta.


Lendo um texto de OSHO sobre respirar compreendi uma relação importante entre o ato de buscar o ar, inalar e estar preso a um ciclo. A respiração é esta troca de energia que mantemos com este mundo doido. Ela dá o ritmo. Ao retê-la, ainda que por instantes, rompemos por segundos este ciclo pirado.


Dá pra sentir a piração? Tudo se expande a partir deste capítulo. Algo entre você e o espaço que o liga ao resto se expande . Não. Não são coisas fenomênicas. Não creio em fenômenos.


O único fenômento que creio é este milagre de viver. Este espantoso e supreendente decodificar.


Ontem fiquei com a frase recorrente em um filme na mente. Um filme simples que não tinha maiores intenções delirantes, mas a personagem ( mulher humilde e de poucos recursos) dizia ao filho:


- Tudo o que você precisa saber está dentro de sua mente. Você só precisa olhar além do que pode ver.


Olhar além do que pode ver pode ter a ver com a nossa capacidade de captar . Como se nossos olhos fizessem uma imagem com uma resolução e nosso processamento de informações fosse referente a uma resolução bem menor.


É desta forma que sinto. As coisas são muito mais amplas do que posso ver.


As minhas experiências são sempre viciadas nas minhas percepções antigas. Mas o interessante é justamente romper , ainda que por poucos instantes, com este previsível e assim ficar livre de expectativas.


A famosa Maya então é esta ilusão que não é ilusão, seria uma falsa percepção. Uma dotação equivocada de valor ao que está dentro e fora de nós.


Sobre o mundo corrente e a realidade sem vícios. A pranayama é a nossa conexão cíclica e dominá-la é romper o ciclo e desfrutá-lo.



beijo

mayado

da melind@

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