domingo, 3 de maio de 2009

A cara metade está bem aí....

Ontem me reuni com algumas amigas para jogar conversa fora, tratar de amenidades e discutir as teses de botequim do primeiro trimestre de 2009 ,entre outras deliciosas banalidades da vida, mas entre as risadas ficaram aqueles pensamentos folclóricos pairando, intercalados por momentos de alguma lucidez e um brigadeiro. Acabei por remexer minhas memórias( depois eu explico porque remexer). O assunto da pauta: homens. Passei um pente fino e me levei a algumas novas leituras , ou quase, sobre os velhos e bons relacionamentos , especificamente no que tange a questão AMOR propriamente dita. Nossos vícios e armadilhas.
Há quem diga que o amor nada mais é do que um punhado de hormônios, somado a algumas afinidades e claro, aquela carência animal. Esses ingredientes somados e embalados pelas referências que recebemos e pronto, está iniciado um romance( há ainda a questão das conveniências, muito presente hoje em dia).
Mas, será? Por incrível que pareça ainda não fechei questão.
Como uma criatura 90% passional e 10% racional, ou seja, quase uma psicopata, não creio. Mas vamos ao anuário estatístico. Como agem 12 em cada 10 mulheres.
A velha e boa receita é aquela na qual fomos culturalmente adestrados. A contratualista. Há uma lista de direitos e deveres que envolvem e formatam as relações. A partir dos nossos conceitos culturais tornamos nossa vida um tormento de expectativas, que geralmente se frustram. O torneio dos egos toma o lugar da essência do possível algum dia. São condições e mais condições. Por que será?
No momento que entramos no esquema esquecemos que somos indivíduos ímpares e nos comportamos como se tudo a esperar fosse previsto. Tanto o bom quanto o ruim. Fato.
Todos sabemos que a generalidade é burra certo? Mas ninguém se lembra disso na hora de ajudar a tirar uma conclusão " óbvia" ou dar um pitaco absurdo na vida alheia. Tudo é o que parece.Ponto.
Se tudo muda o tempo todo segundo o Lulu Santos ( e ele estava embalando nosso papo-furado com ritmos como " ainda vai levar um tempo, pra curar o que feriu por dentro , ou não vou dizer que foi ruim, tão pouco foi assim assim, não imagines que te quero mal , apenas não te quero mais..."). Melô do chutado.
Bom , o assunto era rompimento, traição, clichês de ordem geral . Parece tão pesado. Mas se pararmos pra pensar tudo resulta da dimensão que conferimos aos percalços da condição humana. Turbidez pura.
Enfim, se a vida é impermantente, os relacionamentos não podem ser permanentes, as pessoas tão pouco. Li em algum lugar que o relacionamento não acaba , apenas muda de estado , de perspectiva e deixa de ser uma proposta, sai do ativo e vai para o passivo. Você mais suas circunstâncias.
O amor não acaba, as pessoas é que mudam. Mas, considerando que a vida é uma aprendizado...shazan, acho que é preciso aprender a olhar tudo sob o prisma da hora. Cada fato, cada indivíduo, cada sensação , vivendo e saboreando a vida com toda a sua originalidade e propriedade. Aí fica interessante.
Conclusão , o mais saudável quando o barco começa a fazer água , ao invés de ficar queimando energias fundamentais , com mágoas e ressentimentos, é dar passagem ao novo, deixar a vida fluir e seguir sua correnteza e não achar que o outro é o detentor daquela varinha mágica capaz de nos salvar de nós mesmos ou que alguém é o culpado pela crise econômica, pela unha quebrada ou a mancha de creme dental na blusa nova. Como o poema do Fernando Pessoa "Eros e Psiquê" .....depois de tantas desventuras em busca de sua metade descobre o infante...
"E , inda tonto do que houvera,
Á cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra Hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia."

Ah esqueci de dizer que para mim, a melhor definição de amor que já vi está no curta metragem premiado no Festival de Berlim http://www.youtube.com/watch?v=rjo8Dc_H70A

Um comentário:

  1. Acho que encontramos o amor quando respondemos a pergunta: qual a razâo para eu estar com ele (a)? e ser fiel nâo a ele (a) mas a resposta...bjo grande!tania

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