Minha professora de Yoga é recorrente nas aulas quanto à questão da respiração. Mais especificamente sobre a importância da exalação.
Quem tem qualquer conhecimento sobre yoga já sacou que respirar está na espinha dorsal da prática. Por isso é tão importante retomar sempre o assunto. Na última aula falou algo que me deixou pensando:
-Quando nascemos nosso número de exalações está determinado.
Claro que é uma metáfora mas é um assunto para se pensar.
No Domingo eu assisti uma entrevista no canal livre com o cardiologista Carlos Alberto Pastore e entre outras coisas muito interessantes que ele afirmou estava a questão da respiração.
Há trabalhos publicados que constataram que quinze minutos de respiração profunda por dia podem alterar um quadro de hipertensão arterial( e não é apenas no momento, mas sim a longo prazo). Uma coisa simples que pode ser acrescentada a rotina de qualquer um e alterar por completo o quadro clínico, além de influenciar em todo o metabolismo.
A primeira coisa essencial para a vida é a respiração. Não seria exagero afirmar que quando respiramos estamos exercendo a prática de viver. Estamos vivendo. A Terra inteira respira, como um corpo uno. Dá para ter esta percepção ao atentar para este ato simples e tão inerente a cada um de nós.
Recentemente em outra oportunidade onde assisti uma pequena palestra com o zen budista Jorge Melo que esteve em Bigrivertown, veio à tona a questão da respiração.
Falando sobre a importância da meditação, prática que também tenho abraçado com imensa felicidade(embora ainda sem a disciplina prescrita), ele enfatizou o quanto é fundamental respirar. Cinco minutos de meditação(respiração) produzem benefícios inumeráveis para saúde mental e física.
Adentrar o olhar para nós mesmos e inspirar lenta e profundamente. Ouvir-se e relaxar. Conectar-se com o próprio corpo, sentí-lo, auscutá-lo. Há uma sinfonia de sons didáticos para nosso autoconhecimento.
Quando inspiramos e recebemos o oxigênio estamos conduzindo energia indispensável para nosso sistema. Quando exalamos estamos desapegando, mandando embora o resíduo das queimas gasosas. Estamos abandonando o que sobra. Esvaziando.
Existem inúmeros exercícios respiratórios profiláticos, mas a mais simples cadência e atenção ao movimento respiratório já pode gerar uma transformação espetacular.
Altera a forma de ver a vida, a auto-imagem, acalma e redimensiona a ação das substâncias químicas em nosso organismo.
Se fosse apenas uma forma de nutrição espiritual ou de trascendência ( como tenho ouvido ultimamente) já seria uma prática fantástica, mas é um ato vital e pode mudar a vida.
Eu, pessoalmente uso a respiração como uma forma de relaxamento para meditação. Me concentro no ato de inspirar e sempre busco prolongar o ato de exalação. No ato de exalação é muito importante ter uma consciência inicial para posteriormente obter o momento da entrega. Exalar (como diz a mestra) é entregar.
Respirar pelo menos três vezes antes de tomar uma atitude responder ou manifestar pode ser um desafio importante ( difícil). Pode até parecer um exercício exageradamente oriental, mas pode evitar muitos embaraços, combate à ansiedade e é uma atitude disciplinadora da mente.
Não. Eu não estou exagerando. É uma experiência muito simples, basta um fazer.
Sobretudo pode ser uma experiência de descoberta e de muito prazer. Convido qualquer leitor a fechar os olhos agora mesmo e centrar-se nesse ato tão sublime . Além de respirar resgatar na memória um momento de prazer e paz também ajuda a restaurar o equilíbrio. E não sou eu que estou dizendo..
Experimente-se!!