Era uma vez e uma vez apenas era. Uma vez porque apenas a um tempo entre dois tempos pertencia.
Era uma vez um tempo que se estendia entre dois tempos de relógio. O tempo daquela vez fora acordado pelo vento que soprava como música de primavera.
Era uma vez naquele tempo uma noite entre dois dias. Uma daquelas noites intensas que aparecem uma única vez inesquecível. Uma noite abraçada ao escuro quase completo e azul.
Era uma vez um escuro profundo e único que só não era completo por causa do resto de sol refletido na lua que deixava o escuro azul.
Era uma e só uma vez uma noite azul escura entre dois tempos despertada pelo vento que cantava sobre os objetos. Um vento jamais ouvido que provocava as coisas do instinto e silenciava os barulhos do mundo.
Era uma vez uma dor que não doía, só estava lá deitada sobre a noite azul escura entre dois tempos.
A dor que não sentia continha uma verdade inteira daquela vez. Era uma vez e só uma naquele encontro do vento com a noite, o tempo e a dor. Ali se revelaram um para o outro, se fundiram definitivos um escuro azul, um vento musical , uma dor que não doía e um tempo que já não existia.
Era uma vez e só uma.
beijo
da melind@
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