E hoje...o que vai ser?

Bom, fiquei pensando no quanto é difícil não dizer alguma coisa sobre hoje, e, ainda por cima me dei conta de que, apesar de não ter acontecido nada demais, aconteceu uma porção de coisas. Dá para entender? Um dia comum , na verdade, não é um dia comum, é um dia único. Hoje , por exemplo é o dia em que eu estou com uma P. gripe, daquelas que se tem umas três ou quatro vezes na vida. A própria, parece que nunca mais vai embora e todo o corpo fica congestionado. Meu encontro com este vírus mexeu com meu juízo. Ele deve ter alguma coisa de especial.

Pensei , por exemplo, que a comunicação veio de nosso desejo de transcender o isolamento e estabelecer relações um com o outro( eu gripada em quarentena). Antes ( primitivamente suponho) era uma questão de sobreviver. Criamos um sistema de símbolos para comunicar tudo de abstrato que vivenciamos. Como a minha gripe?

Quando eu digo alguma coisa ( ou escrevo), por exemplo, gripe, a palavra atinge o outro penetra em seu cérebro e vai encontrar suas memórias de gripe, falta de gripe, gripe terrível..... E, isto é muita coisa para um só vírus.

Isto se repete o tempo todo e nós nem ligamos para as memórias que nos são estimuladas a cada momento. Olha só!

Então, enquanto os exércitos lutam contra o meu inimigo "pseudo-opressor" ou "franco-libertador" eu observo minha vida , como o vírus pseudo-opressor-franco-libertador sentado na primeria fila para olhar a tela com a película que rola no meu pensamento. Tudo sob controle.