domingo, 6 de setembro de 2009

Mod@ ou modo de ser?

A moda é apenas um fenômeno social ou cultural? É uma feição, um modo? É uma imposição cultural, "coercitiva"? É a ditadura da moda?
Dei-me conta de quantas escolhas fazemos ao iniciar o dia. É como se nos preparássemos para um grande acontecimento, que pode se tornar nosso dia(opção A), ou simplesmente deixar que venham as horas em um gole só, sem sabor(opção B).
Outro dia eu estava lendo um texto sobre moda, numa referência ao quesito arte e me supreendi ao perceber que somos uma espécie de artesãos da nossa obra individual.
A cada dia compomos nosso layout com aquilo que vestimos e não com aquilo que nos veste.
Uma vez escutei o Clô( dovil) dizer que somos nós que vestimos as roupas e não as roupas que nos vestem. É uma verdade irretocável. Emprestamos um pouco de nós a algo idealizado por uma pessoa e confeccionado por outra. Este mesmo artigo será exposto sob uma forma e comercializado de outra. Talvez aí esteja a divisa entre moda ou modo de ser. Se um estilo é um complemento ou conteúdo.
Muitos toques perpassam a composição de nosso visual, passando por nossa própria visibilidade em termos de mundo. Acho isto simplesmente estupendo. A estética que construimos é para mim a elaboração de uma obra , nossa obra, nosso dia.
Nos compomos com cheiros, cores, panos e antes ( acima de tudo) com energias. Estas energias tem cores, nuanças, matizes e vibrações que exteriorizamos com olhares , sorrisos, expressões, posturas e movimentos. Nossa moda é nosso movimento. Resultamos de nossas interinfluências.
Pensando sob este aspecto , falar de moda é algo genuíno. Reconstruímos nossa identidade a partir de algumas peças que escolhemos e acolhemos como parte de nós naquele momento.
Ganhamos forma então e traduzimos para o mundo nosso sentir a cada novo dia. Se estamos alegres, tristes, reativos, apaixonados, decepcionados, musicais ou qualquer roupagem que compõe nosso campo emocional.
É na verdade um ritual composto por sensações, tons, sabores e desejos que apresentamos a cada novo momento e a cada novo dia que esboçamos. Todas as tribos e culturas exercitam tais manifestações, que estão conectadas com nossa sensibilidade. Como insights que revelam novas tintas. São estações com seus estados , são intervalos, pausas , extensões que se ampliam nas nossas construções.
Nos comercializamos, traçamos um roteiro no imaginário de todos com quem interagimos , geramos efeitos e mudamos o espaço a nossa volta com simples escolhas. E ainda tem gente que consegue usar expressões como " mais um dia".
Podemos estar " feijão com arroz" e ainda assim saborosos, depende do que colocamos no tempero. Vestimos nosso pedido ao universo e dimensionamos nosso mergulho no desconhecido com nossa performance e de lá podemos brotar renovados, menos ocultos e mais inteiros.
beijo caprichoso
da Melinda

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