quarta-feira, 28 de julho de 2010

Deserto

Meu verbo é tímido e inseguro,

transpira verdade em versos

poucos pois tem a palavra

vasta pra se esconder



Se traduz no vapor das letras

de um dialeto que

não sabe falar

só faz sentir e soletrar



Basta a sala fechada

a deixá-lo embriagado de

tanto se investigar e



quando a luz insiste em entrar

ilumina o vapor sólido e se põe

a revelar as cores das impurezas que

se mesclam e elaboram


Diz que busca o entendimento

pra não se encontrar



O verbo encantado fica tentado a

tão somente divagar

mergulhado na própria densidade

equivocada que esculpe uma busca

de arrepiar ..

E assim se perde no vento


de verdades que não pode encontrar


O tempo a lhe procurar


como se houvesse um jeito


de esperar um pouco


Nasce um deserto imenso e árido


de sentido,com as cores fustigadas de contradições,

onde não há sombras pra se esconder,

Este é o refúgio manso e intenso do intervalo

entre dois fatos, dois atos,

duas vidas...

    Fio  Entrei no absoluto e simples vagar do tempo. Invadi os espaços aparentes que reservei para um dia. Olhei minha própria fa...